Ela…
O som do relógio da minha sala era o único ruído presente enquanto eu revisava as últimas alterações nos relatórios de segurança patrimonial.
Desde o ataque à empresa, minha atenção havia se dividido em mil direções.
Contabilidade, contratos, rastreamento digital, Klaus, ameaças...
E agora, a calmaria — essa coisa traiçoeira que geralmente antecede o caos.
Ouvi a batida sutil na porta, mas antes mesmo de responder, ela se abriu.
— Lúcio? — ergui o olhar, surpresa.
— Que coincidência...
Ele entrou com passos contidos, o rosto carregando algo que parecia preocupação, mas sem o menor esforço em disfarçar o desconforto.
— Hayla... — disse ele, sem um sorriso.
Apenas o meu nome.
Deixei os papéis sobre a mesa e inclinei a cabeça, tentando ler seus olhos.
— Está tudo bem?
— Está... Está sim. — Ele se sentou na cadeira à frente da minha mesa como se aquele fosse o lugar dele.
Como se tivesse sido convidado.
Mas eu nã