O tempo passou com pressa, como se o mundo tivesse sido acelerado desde a chegada de Valentina. Agora com quase um ano, a menina já engatinhava pela casa, sorria com os olhos e chamava "mamã" com ternura. Isabela se dividia entre fraldas, papinhas e canções de ninar. E Lorenzo… continuava ali. Presente. Mas diferente.
Ele ainda a beijava ao sair para trabalhar. Ainda brincava com Valentina no chão da sala e se emocionava com os primeiros passinhos da filha. Ainda dizia que a amava, às vezes, quando se lembrava. Mas havia algo em seu olhar. Uma ausência. Uma distância que nem todos os abraços conseguiam preencher.
Isabela percebia.
Sentia.
A cada noite em que ele demorava para chegar. A cada conversa que terminava em monossílabos. A cada celular virado para baixo sobre a mesa, ou ligações encerradas assim que ela entrava no quarto.
No início, tentou ignorar.
“Ele está cansado. São os negócios. A pressão da máfia, talvez.”
Mas a dúvida, uma vez plantada, crescia como erva daninha. Isabe