A tensão havia se instalado como um hóspede silencioso na casa de Isabela. Nenhum barulho era comum, nenhuma sombra era irrelevante. Lorenzo mantinha as janelas trancadas, as câmeras ativas, a escolta invisível nas ruas próximas, mas, mesmo assim, algo no ar dizia que Cassio estava cada vez mais perto.
As meninas pareciam perceber, ainda que ninguém dissesse claramente o que estava acontecendo. Aurora, antes falante, agora se mostrava mais grudada em Isabela. Valentina, que já tinha compreendido os riscos, andava com o celular sempre em mãos, como se pudesse chamar ajuda a qualquer momento.
Uma tarde, Valentina sentou-se à mesa da cozinha, o rosto sério.
— Mãe, eu sei que vocês não querem me preocupar, mas... já estou preocupada faz tempo. Por favor, não escondam mais nada.
Isabela, surpresa com a maturidade da filha, sentou-se diante dela.
— A gente só quer proteger você e sua irmã.
— Eu entendo. Mas a gente sente quando vocês estão com medo. Me diz só uma coisa... a gente corre peri