Isabela acordou com o cheiro de café vindo da cozinha. Lorenzo já havia saído para o trabalho, e Valentina brincava no tapete da sala com suas bonecas. A barriga de seis meses de gestação pesava mais a cada dia, mas Aurora parecia se mover mais do que Valentina na época — como se já soubesse que estava vindo para um mundo em movimento, confuso, imprevisível.
A manhã seguia comum até que alguém tocou a campainha.
Ding-dong.
Isabela estranhou. Não estava esperando visitas, e geralmente qualquer encomenda era deixada no hall. Com cuidado, abriu a porta.
E ali estava ela.
Alta. Loira. Vestida com uma elegância casual e fria. Os olhos claros analisaram Isabela de cima a baixo. E então, a mulher sorriu. Um sorriso falso, quase vitorioso.
— Você deve ser a Isabela.
O nome da estranha não saiu imediatamente. Mas o corpo de Isabela já sabia. Um arrepio atravessou-lhe a espinha.
— E você é?
— Desculpa aparecer assim, sem avisar. Mas achei que você deveria saber de algumas coisas. Afinal, nós du