Capítulo 118

CELINA MARTINI NARRANDO.

ITÁLIA.

O som da porta se fechando atrás de Rafaella e Leonardo ecoou na minha mente como o golpe final de uma sentença implacável. Eles se foram, me deixando sozinha neste quarto de hospital, presa em um corpo que já não era o meu. A dor física era quase insignificante comparada ao desespero que me rasgava por dentro. Como eu cheguei a isso? Como tudo na minha vida se desmoronou tão rápido?

As lágrimas começaram a escorrer antes que eu pudesse contê-las, molhando o travesseiro sob a minha cabeça. A realidade era brutal demais para aceitar: eu estava paraplégica. As palavras dos médicos ecoavam na minha mente como um pesadelo do qual eu nunca poderia acordar. "Nunca mais poderá andar." Como se as minhas pernas tivessem sido arrancadas de mim, e com elas, toda a esperança, todo o futuro que eu havia imaginado.

Cada soluço parecia arrancar pedaços da minha alma. Eu não conseguia me livrar da imagem de Rafaella, o ódio claro nos seus olhos, como se a minha de
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