LAURA
Subi com Lorenzo vendo a sua tristeza, que o deixava em silêncio e cabisbaixo. Entramos no seu quarto e sentei-o na cama. Tirei o seu sapato e depois as suas roupas.
— O que mais ela disse a você? — perguntei erguendo o seu rosto para me olhar.
— Que sou uma criança amaldiçoada. Eu sei o que isso quer dizer. É uma coisa ruim.
— Ela está errada, isso não é verdade. Você é uma criança abençoada, Lorenzo. Foi concebido em uma família que o ama muito. Fruto do amor lindo dos seus pais. — Acariciei as suas bochechas rosadas.
— Você me ama, tia Laura?
— Amo sim. Amo como se fosse da minha família.
— Então não deixe ela me mandar para longe quando se casar com o meu pai. Me leva para morar com você. Por favor! Eu prometo ser um menino bom. — Fungou e secou os olhinhos cheios de lágrimas com o dorso das mãozinhas.
O meu coração estava comprimido no peito. Queria poder levá-lo embora comigo para sempre.
— Isso não vai acontecer, filho — falou Enzo, parado na porta entreaberta. — Nos dê um