LAURA
A semana seguiu conforme a exigência do Enzo. Lorenzo estava amando ir para a minha casa, não ter mais as aulas extras e ficar de bobeira a tarde toda comigo. Depois da sua lição de casa, nós assistimos a filmes antigos infantis até às cinco da tarde. Descobri que ele adorava dançar, então afastei os sofás e a mesa de centro para os cantos, e liguei o som no volume mais alto permitido pelo síndico do prédio. Dançamos e ele disse gostar dos rocks brasileiros dos anos 80.
— Está com fome? — perguntei, enquanto nós arrumávamos a sala.
— Estou sim. E você?
— Morrendo.
Ele riu.
— Sabe fazer macarrão?
— Sei. É o que quer comer? Sabe que não faz parte da sua alimentação da semana, não é? Hoje ainda é sexta e massa só aos domingos.
— Por favor — pediu manhoso, fazendo uma carinha de cachorrinho abandonado que me fez rir e não me deixou resistir.
— Tudo bem. Vou fazer, mas você vai já para o banho.
— Está bem. — Correu para o banheiro sumindo pelo corredor.
— E se lave direito, Lorenzo.