5. Abby

Algumas semanas…

— Seu exame deu positivo, Senhora Leone.  — Minha ginecologista afirma, abrindo um sorriso feliz para mim. Ela me estende um papel com o resultado de um exame de sangue.

Não pode ser! Penso completamente apavorada. O destino não pode ser tão traiçoeiro assim comigo. Estou esperando um herdeiro do próprio diabo. Esse pensamento faz um arrepio descomunal se alastrar pela minha coluna e percorrer todo o meu corpo ao ouvir o meu próximo veredito.

Grávida de um homem que não quer ser pai.

Não, de um filho meu. Meu bebê. Pensar na possibilidade de ter algo para chamar de meu chega a aquecer o meu coração e de repente, me vejo pensando na maior loucura da minha vida.

— Eu vou ter esse bebê. — Penso alto demais. Contudo, não faço ideia de como farei isso, já que Vittorio Leone com certeza não aceitará de bom grado essa notícia. — Eu vou dar um jeito de mantê-lo seguro, meu filho. Eu vou te proteger com todas as minhas forças.

Puxo uma respiração profunda quando adentro a mansão com certa pressa de chegar até o meu quarto e encontrar um lugar seguro para guardar meus exames, antes que ele os veja. Portanto, vou para dentro do amplo closet, pego uma das caixas em uma prateleira alta e guardo tudo lá nos fundos, debaixo de algumas pastas, colocando-a de volta no seu lugar. E após respirar fundo algumas vezes, vou para o andar inferior, e depois para a cozinha.

— Georgia, como estão os preparativos para o jantar? — Procuro saber, adentrando a enorme cozinha, onde uma cozinheira e seus três ajudantes correm de um lado para o outro, tentando manter tudo sobre controle.

— Está tudo indo bem, Senhora Leone.

— Ótimo! O Vittorio receberá alguns convidados importantes essa noite. Por favor, tudo precisa estar impecável.

— É claro, Senhora. — Abro um sorriso de boca fechada para a funcionária e saio da cozinha em seguida.

Para a minha felicidade, meu marido tem planos de passar noventa dias fora do país afim de fechar alguns negócios importantes. Esses poucos dias me darão tempo suficiente para pensar em algo. Até porque não será nada fácil esconder o crescimento do meu filho. Não enquanto ele e suas abutres estiverem por perto.

— Você precisa encontrar um jeito de sair dessa casa, Abby.

Mas como, se isso aqui é praticamente uma fortaleza? Não importa para onde eu vá, Vittorio Leone tem olhos e ouvidos por todos os lados dessa cidade e fora dela também.

Ele nunca poderá descobrir sobre você, meu filho. Penso aflita, levando uma mão para o meu ventre e deslizo a minha mão por ele, fazendo um carinho gostoso.

Durante o jantar, tento agir mais natural possível. Entretanto, não é nada fácil, já que o cheiro da comida me incomoda o tempo todo e o olhar perspicaz do meu marido me analisa a cada segundo. Portanto, sorrir é quase uma guerra interna. E evitar a bebida com certeza atrairá a sua atenção para mim.

— O jantar estava impecável, Coelhinha. — Vittorio fala quando entramos no meu quarto. Contudo, ele se aproxima e me abraça por trás. É um ato normal, mas por algum motivo isso me faz sobressaltar.

Sim, estou nervosa e temo que ele tenha percebido algo.

— Que bom que gostou, querido! —falo, tentando manter a minha voz normal.

Logo os seus beijos começam a se espalhar pela minha nuca e a minha respiração se altera um pouco. Uma mão sua se espalma pela minha barriga e desliza para baixo, invadindo a saia do meu vestido, e na sequência, a minha calcinha.

— Querido, é que… eu… estou um pouco cansada.

Tento impedi-lo de continuar, mas Vittorio ignora os meus protestos. Ele se livra do meu vestido. No entanto, algo está diferente nele. Penso quando se livra do meu sutiã e segura com força nos meus cabelos, para levar-me diante do espelho. Um gelo toma posse do meu corpo quando os seus olhos se fixam na minha barriga, que já tem uma leve protuberância e a sua mão desliza com falsa suavidade por ela.

— Eu te avisei, Abby — Sua voz tem uma rouquidão gélida. Lágrimas começam a se formar nos meus olhos. — Eu te disse que você seria somente minha, Coelhinha.

Meu corpo inteiro treme.

— E mesmo assim você ousou.

— Vittorio…

Tento dizer-lhe algo, mas ele me j**a em cima da cama e na sequência, monta em cima de mim, prendendo os meus pulsos acima de minha cabeça.

— Você é minha, porra! — rosna violento e pega uma arma no cós da sua calça, apontando-a direto na minha cabeça. — Somente minha e de mais ninguém!

Fecho os meus olhos e espero pelo meu fim, mas nada acontece. Então ouso abrir os meus olhos para encontrar um par de olhos frios e determinados.

— Eu devia acabar com a sua vida aqui e agora. — Suas palavras soam baixas, porém, com uma frieza implacável. — Mas eu não posso — grunhe entre dentes. — Então escute com atenção o que vou lhe dizer, Abby. Você só vai levar essa porra a diante porque já é tarde demais para interromper. Mas assim que esse intruso nascer, ele será levado para bem longe daqui.

Apenas soluço em um choro silencioso.

— Você precisa colocar nessa sua cabeça que você me pertence, caralho! — grita, pressionando o cano frio da arma contra a minha cabeça. Contudo, Vittorio sai de cima de mim e imediatamente me afasto para o canto da cama, encolhendo-me ali.

Entretanto, a sua arma continua apontada na minha direção e eu temo por nossas vidas.

— Eu me recuso a dividi-la com quem quer que seja. — Dessa vez ele sibila com sofreguidão. — Escute bem, Abby. Eu não vou tocar em você enquanto isso… esse… lixo estiver aí dentro de você. Mas estarei o tempo todo de olho e assim que ele vier ao mundo, será largado como a porra do lixo que é. Só então você voltará a ser minha outra vez.

Seu olhar frio me encara o tempo todo, até que ele finalmente sai do quarto, fechando a porta com chave e eu me entrego a um choro dolorido.

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