Nunca Estará Sozinha...
Depois de alguns minutos, ajudo a subir Guadalupe no carro. Vejo que Angostina saiu para se despedir. Secava as mãos com seu avental. Ao vê-la e saber que ela é uma das tantas afetadas por minha morte, me aproximo e a abraço.
— Velha teimosa...! Te amo! Foi como uma mãe para mim. Cuide-se muito. Esta é sua casa. Deve tirar um descanso, aproveite-a, cuide de suas plantas até onde lhe seja possível.
— Agora você, que bicho estranho te picou?
— Você me faça caso! — lhe digo isso enquanto a abraço e beijo sua testa.
É óbvio seu estado de choque. Eu jamais mostrei um sinal de carinho a ninguém mais que a Guadalupe. Não me julguem, mas quando alguém sabe que vai morrer, gostaria de abraçar até quebrar os ossos das pessoas que te rodeiam.
— Te amo, minha velha rabugenta!
Dizendo isso, me afasto e subo em meu carro favorito. Este é o primeiro carro que tive, foi um presente de Marco pelo meu primeiro grande trabalho. Ele se sentia orgulhoso de mim. Até eu, naquela ocasião, me sentia orgu