capítulo 16: De joelhos

Passamos o resto daquele dia no acampamento. Cassian havia ido resolver um problema na fronteira, e eu aproveitei para cuidar de alguns feridos. Estava enfaixando a perna de um jovem lupino quando Castor entrou na tenda. Ele se aproximou devagar, trazendo uma xícara, o olhar sempre atento, como se buscasse algo além do que parecia oferecer.

— Você faz isso bem. — disse, com um sorriso de canto.

— Muita prática. — respondi sem me deter, sentindo seu olhar pousar sobre mim como se fosse um peso.

Quando ergui os olhos, vi que ele não falava apenas por cortesia.

— Eu sei o que você fez ontem.

Minha mão congelou no movimento de amarrar a faixa.

— O que exatamente?

— No café da manhã. Você fez Cassian parecer falso. E mentiroso. Forçando-o a se declarar para você diante de todos. — o sorriso dele era quase um desafio, um aviso escondido.

Eu cerrei a mandíbula, mas mantive a calma.

— Você é inteligente. Como seu avô. — disse ele.

O encarei de verdade.

— O conhecia bem?

— O suficiente. Era um
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