Aurora Rossi
Dei três passos antes de ouvir a água se agitar atrás de mim. O som apressado dos passos dele contra a grama encharcada me alcançou como um eco daquilo que ele ainda não queria soltar.
— Aurora, espera! — a voz dele veio embargada, como se tivesse acabado de perceber o que acabara de acontecer. — Eu… eu não quero que seja assim.
Parei. Não porque queria, mas porque minhas pernas simplesmente se recusaram a seguir. Fechei os olhos com força, lutando contra a vontade de virar e me perder de novo naquele olhar. Mas ele já estava ali, ao meu lado. Perto demais. Com o peito arfando, os olhos tão perdidos quanto o meu coração.
— Você tem noção do que acabou de me dizer? — ele perguntou, com a voz mais baixa agora, como se pisasse em um território frágil. — Você acha que é isso que significa para mim? Um brinquedo?
Eu respirei fundo, mas continuei de costas, o rosto levemente inclinado para o chão.
— Eu não acho, Lorenzo… eu sei.
O silêncio dele foi mais alto do que qualq