Heloisa Moura
Acordo com os braços do Vittorio em volta da minha cintura e a sensação que é a este lugar onde pertenço.
Saio do abraço do Vittorio e corro para o banheiro, mal tendo tempo de levantar a tampa antes de vomitar. Meu estômago se revira como se quisesse expulsar algo que nem sei se está lá. Seguro as bordas da pia, tentando recuperar o fôlego.
Sinto a presença dele antes mesmo de ouvir sua voz.
— Heloísa…
Olho pelo reflexo do espelho e encontro Vittorio parado à porta, os olhos escuros carregados de preocupação. Ele se aproxima devagar, como se eu fosse quebrar a qualquer momento.
— Você está bem?
Respiro fundo antes de responder.
— Acho que sim. Foi só… de repente.
Ele franze o cenho, claramente sem acreditar, e passa a mão pelo cabelo bagunçado.
— Isso já aconteceu antes?
Balanço a cabeça em confirmação. Minhas mãos tremem quando abre a torneira e levo um pouco de água à boca para tirar o gosto amargo. Não sei o que está acontecendo comigo, mas uma sensação inquietante s