151. Um Confronto Desnecessário
“Ethan Hayes”
O som de passos lentos, calculados, ecoa pela casa, quebrando o último vestígio de leveza da manhã.
Não preciso virar o rosto para saber que é ele. É como se meu corpo entrasse em alerta, sempre se preparando para o próximo embate.
O silêncio que se instala diz tudo. Minha mãe para de mexer a xícara. Meus tios interrompem a conversa. Mia, ao meu lado, fica tensa.
E então, ele aparece.
Cinco anos.
Cinco anos e ele continua o mesmo.
O mesmo olhar frio. O mesmo terno impecável. A mesma energia de alguém que mede tudo ao redor para garantir que nada esteja fora do lugar.
E a primeira coisa que ele faz não é me encarar.
Seu olhar percorre a mesa primeiro, como se avaliasse quem está presente. Como se essa fosse a prioridade.
Até que, finalmente, seus olhos recaem sobre mim.
Um segundo. Dois. Três.
— Então, decidiu aparecer — diz, sem qualquer traço de emoção. Como se tivéssemos nos visto ontem e não há cinco anos.
Não reajo imediatamente, e isso parece chamar a a