Depois de nos vestirmos, descemos juntos para o restaurante do hotel. O buffet era tentador, com panquecas, frutas frescas, ovos mexidos e café quentinho. Preparamos nossos pratos e caminhamos até a mesa onde nossos amigos já estavam. O som de risadas e conversas animadas enchia o ambiente, e era impossível não se contagiar pela energia deles. — Finalmente! — Carol comentou com um sorriso acolhedor, acenando quando nos sentamos. — Dormiram bem? — Bem demais até. — Respondi, ajustando a xícara de café à minha frente. — Achei que acordaria péssima depois de ontem. — E quem não achou? — Carmem riu, balançando a cabeça. — Mas acho que é o charme de Vegas, né? Exageros são quase regra. — Só quase? — Rogério completou, com uma risada. — Ontem foi um festival, e acho que ninguém saiu ileso. — Ei, eu saí! — Ana protestou, erguendo a mão com uma expressão orgulhosa acariciando a barriga. — E o Henrique também. Estamos na lista dos sobreviventes. Henrique deu um sorriso discreto e
Enquanto caminhávamos pela Strip, o grupo acabou se dividindo. Ana e Carmem desapareceram em uma loja de souvenirs lotada, enquanto Fernando e Carol ficaram discutindo sobre qual seria a melhor opção para o jantar e Felipe havia ido em alguma loja, ou cassino com o Rogério. Henrique e eu seguimos juntos, andando lado a lado, aproveitando o clima da cidade. Depois de nos separarmos do grupo, Henrique e eu decidimos explorar uma rua menos movimentada. A Strip ainda estava lotada, mas parecia mais tranquila sob a luz suave do final da tarde. — Achei que Rogério ia nos arrastar para outro cassino. — Brinquei, enquanto caminhávamos lado a lado. — Acho que meu pai está tentando ganhar de volta o que perdeu ontem. — Henrique respondeu, rindo. — Mas, para ser honesto, estou feliz que ficamos só nós dois. Eu o olhei por um momento, surpresa pela confissão. Ele sempre tinha um jeito contido, mas, ultimamente, parecia mais aberto comigo. — Eu também. — Confessei, sem desviar o olhar.
A noite caiu, mas Vegas parecia só ganhar mais vida. O grupo se reuniu na entrada do hotel, todos vestidos para aproveitar a última noite com estilo. Carmem usava um vestido dourado que brilhava tanto quanto as luzes da cidade, enquanto Ana optou por algo mais casual, mas igualmente vibrante. Henrique, como sempre, estava impecável, e seu sorriso tranquilo me fez sentir que a noite seria especial. — Então, qual o plano, pessoal? — Carol perguntou, animada. — Cassino! — Rogério anunciou, erguendo os braços como se fosse um mantra sagrado. — Depois, precisamos passar na placa do “Welcome to Las Vegas”. — Ana sugeriu, sacudindo o celular. — Precisamos de fotos pra lembrar disso tudo. — Isso se o Rogério não perder todo o dinheiro primeiro. — Felipe brincou, arrancando risadas de todos. Caminhamos até um dos cassinos mais movimentados da cidade, onde as luzes piscavam como se estivessem convidando cada pessoa a entrar. O som das máquinas de caça-níqueis, as risadas e o tilintar
O quarto estava meio escuro, mas a luz da manhã já começava a se esgueirar pelas frestas das cortinas. Henrique ainda estava ao meu lado no sofá, respirando devagar, como quem dorme profundamente. Em algum momento da noite, ele apagou, mas eu não consegui fechar os olhos. Não depois de tudo o que tinha rolado. Levantei devagar para não acordá-lo e fui até a janela. Afastei as cortinas só um pouco, o suficiente para enxergar o horizonte. O céu de Vegas estava mudando, as luzes piscantes da cidade dando espaço para aquele tom azul suave. O sol surgia, tímido, no meio da paisagem. Era raro essa cidade desacelerar, mas parecia que, naquele instante, o mundo tinha parado comigo. — Você devia ter me acordado — Henrique murmurou atrás de mim, a voz rouca e cheia de sono. Virei, meio surpresa, e o vi em pé, esfregando os olhos enquanto vinha até mim. Ele parou ao meu lado e ficou encarando o mesmo espetáculo que tinha me feito ir até a janela. — Achei que você precisava descansar. — D
- Nosso casamento também terá altos e baixos, meu amor. Mas o que sentimos um pelo outro é inexplicavel. Não vamos deixar com que a rotina esfrie o que sentimos um pelo outro. Vamos superar cada obstaculo. Essa foi uma das frases dos votos do meu marido no nosso casamento. Eu acreditei piamente em cada palavra dos seus votos. Eu sabia que enfrentariamos dificuldades, mas nunca imaginei que seria no nosso terceiro ano de casamento. Há um mês atrás, o Fernando me comunicou que nos mudariamos temporariamente de São Paulo, para Minas Gerais. Inicialmente, eu não achei a ideia tão ruim, apesar de ter me pego de surpresa, achei que a mudança de ares não pudesse ser de todo mal, hoje sinto como se eu estivesse prestes a assinar os papéis do nosso divórcio.É certo que todo casamento tem seus altos e baixos, com o meu não seria diferente. Eu só tenho 25 anos e conheci o Fernando quando tinha 20, há cinco anos atrás, no aniversário de um amigo que temos em comum. Ele chegou em mim naquela n
Morar em uma fazenda em Minas Gerais, com certeza seria uma experiência única na minha vida, não que não estivesse habituada a uma vida pacata, afinal, morei até os meus 19 anos no interior de São Paulo.- Carol, amor. Você está acordando muito tarde, não acha que poderia me acompanhar nos compromissos da manhã na transportadora? - Meu marido pergunta quando me junto a ele no escritório da fazenda. - Fê, você sabe que tenho ficado em reunião até tarde da noite com os funcionários da loja. Não é fácil administrar uma empresa estando longe, sabia? - Pergunto dando-lhe um beijo carinhoso nele. Eu havia notado que o Fernando andava muito irritado, desde que nos mudamos para cá. Eram muitos problemas na administração da fazenda e ele estava tentando colocar as coisas no lugar. - Eu sei, meu amor, me desculpe. Não quero te encher com os problemas da fazenda. - Ele diz mal olhando para mim. Saio do escritório e acho que o Fernando nem nota, eu sabia que ele estava cheio de trabalho. Seu
No dia seguinte, eu estava de pé bem cedo. Estava disposta passar mais um tempo com o meu marido e acompanhar sua rotina de trabalho na fazenda. Eu havia delegado algumas funções pra as funcionarias da minha loja em São Paulo e me ausentaria um pouco enquanto estivesse aqui, mas, ainda assim gostaria de estar a par de tudo que estivesse acontecendo por lá.- Bom dia, meu amor. - Falo quando o Fernando chega a mesa para tomar café. Ele parece realmente surpreso ao me ver acordada tão cedo, até eu estoou surpresa com esse feito.- Não te encontrei na cama quando acordei, pensei que estivesse trabalhando em algum projeto. - Ele diz se sentando ao meu lado e me dando um beijo carinhoso nos lábios. - Não, vou descansar um pouco do atêlie, por alguns dias. Quero te acompanhar hoje, vê algum problema? - Pergunto e ele sorri. - Claro que não, linda. Fico feliz que vá me acompanhar hoje. - Ele diz e sorrio. Quando o Fernando confirmou que já tinha se relacionado com a Júlia, mil coisas se
Com o passar dos dias eu já estava cada dia mais habituada com as coisas da transportadora, as coisas estavam melhorando e os negócios estavam indo de vento em polpa. O irmão do Fernando tinha vindo para cá passar um tempo aqui juntamente com a sua esposa, Ana, que era uma amiga que eu adorava. O que tornou as coisas mais leves por aqui, pois eu não me sentia mais tão sozinha sem uma amiga. - Carolzinha, quando pretende ir em São Paulo? - Ana pergunta enquanto almoçamos. - Não sei, Ana, mas acredito que não vá demorar muito, eu preciso checar como vão as coisas no ateliê. - Ela diz e não deixo de notar que está usando um lindo vestido da minha marca - E obrigada pelo apoio de sempre, esse vestido é realmente lindo. - Falo e ela sorri. - Está brincando? Eu amoo essa marca. - Ela diz e me recosto na cadeira tomando um pouco de suco. - Fiquei sabendo que o Fernando namorou com a Júlia durante um período. - Comento como quem não quer nada, mas a verdade é que a falta de detalhes sobre