No dia seguinte, enquanto ajudava Carol no ateliê, minha mente ainda passeava pelas lembranças do dia anterior. Henrique foi gentil, cuidadoso… Sua presença me trouxe uma tranquilidade inesperada. Ele me levou para conhecer um museu, mostrando cada detalhe das exposições com entusiasmo, como se quisesse me apresentar uma nova perspectiva da cidade. Depois, almoçamos em um restaurante pequeno e charmoso, onde ele insistiu em me deixar escolher o prato, dizendo que “aquele almoço era meu momento.” Eu havia adorado conhecer São Paulo ao seu lado, e enquanto ajustava um tecido na mesa de costura, percebi que sorria sozinha, perdida nos detalhes do dia. - Você está só suspiros, Cindy. - Carol diz cortando o tecido que eu ajeitei na mesa. - Estou feliz, sentindo bem de verdade. Acho que eu precisava sair um pouco da fazenda pra ver que existe vida. Carol sorriu, dando um leve empurrãozinho em meu ombro. — E essa vida tem nome e sobrenome? — brincou, sem disfarçar a curiosidade.
Após o jantar, mesmo com o clima de celebração e as conversas descontraídas ao redor da mesa, Carol parecia mais reclusa. Ela estava concentrada no celular, o brilho da tela iluminando seu rosto pensativo. Eu me aproximo, sentindo que algo não estava bem. — Está tudo bem, Carol? — pergunto, me sentando ao lado dela. — Aconteceu alguma coisa em Minas, com o Pedro ou o Fernando? Ela ergue os olhos para mim, sua expressão suavizando ao perceber minha preocupação. — Não, querida. Está tudo bem com eles. É só um problema com um pedido de tecido para o ateliê de BH. A Ana acabou de me informar — ela diz, soltando um suspiro enquanto bloqueia o celular e o coloca na mesa. — Nós estávamos contando com esses tecidos para iniciar a nova coleção. Faço um gesto solidário com a cabeça, compreendendo o peso de sua responsabilidade. — Podemos fazer alguma coisa? — ofereço, inclinando-me levemente em sua direção, mas Carol já balança a cabeça, indicando que não. — Infelizmente, não. Vou
Minhas pernas se ajustam de cada lado dele, meu vestido subindo com o movimento, e suas mãos imediatamente seguram minha cintura, os dedos apertando com força suficiente para me fazer arfar. O olhar de Henrique está fixo em mim, quente e faminto, como se tentasse absorver cada detalhe do momento. — Cintia… — Ele começa, mas não consegue terminar. Em vez disso, nossas bocas se encontram novamente, o beijo carregado de toda a tensão que acumulamos durante o trajeto. Minhas mãos deslizam por seus ombros, depois por sua nuca, puxando-o para mais perto enquanto seus lábios descem pelo meu queixo até o pescoço. O calor de sua respiração contra minha pele me faz estremecer, e eu me perco completamente na sensação de tê-lo tão perto. Henrique solta uma risada baixa, quase ofegante, entre os beijos. — Isso não vai terminar aqui, Cintia. — Sua voz é grave, repleta de uma promessa implícita. — Então, o que estamos esperando? — Provoco, passando meus dedos pelo cabelo dele, enquanto o a
- Nosso casamento também terá altos e baixos, meu amor. Mas o que sentimos um pelo outro é inexplicavel. Não vamos deixar com que a rotina esfrie o que sentimos um pelo outro. Vamos superar cada obstaculo. Essa foi uma das frases dos votos do meu marido no nosso casamento. Eu acreditei piamente em cada palavra dos seus votos. Eu sabia que enfrentariamos dificuldades, mas nunca imaginei que seria no nosso terceiro ano de casamento. Há um mês atrás, o Fernando me comunicou que nos mudariamos temporariamente de São Paulo, para Minas Gerais. Inicialmente, eu não achei a ideia tão ruim, apesar de ter me pego de surpresa, achei que a mudança de ares não pudesse ser de todo mal, hoje sinto como se eu estivesse prestes a assinar os papéis do nosso divórcio.É certo que todo casamento tem seus altos e baixos, com o meu não seria diferente. Eu só tenho 25 anos e conheci o Fernando quando tinha 20, há cinco anos atrás, no aniversário de um amigo que temos em comum. Ele chegou em mim naquela n
Morar em uma fazenda em Minas Gerais, com certeza seria uma experiência única na minha vida, não que não estivesse habituada a uma vida pacata, afinal, morei até os meus 19 anos no interior de São Paulo.- Carol, amor. Você está acordando muito tarde, não acha que poderia me acompanhar nos compromissos da manhã na transportadora? - Meu marido pergunta quando me junto a ele no escritório da fazenda. - Fê, você sabe que tenho ficado em reunião até tarde da noite com os funcionários da loja. Não é fácil administrar uma empresa estando longe, sabia? - Pergunto dando-lhe um beijo carinhoso nele. Eu havia notado que o Fernando andava muito irritado, desde que nos mudamos para cá. Eram muitos problemas na administração da fazenda e ele estava tentando colocar as coisas no lugar. - Eu sei, meu amor, me desculpe. Não quero te encher com os problemas da fazenda. - Ele diz mal olhando para mim. Saio do escritório e acho que o Fernando nem nota, eu sabia que ele estava cheio de trabalho. Seu
No dia seguinte, eu estava de pé bem cedo. Estava disposta passar mais um tempo com o meu marido e acompanhar sua rotina de trabalho na fazenda. Eu havia delegado algumas funções pra as funcionarias da minha loja em São Paulo e me ausentaria um pouco enquanto estivesse aqui, mas, ainda assim gostaria de estar a par de tudo que estivesse acontecendo por lá.- Bom dia, meu amor. - Falo quando o Fernando chega a mesa para tomar café. Ele parece realmente surpreso ao me ver acordada tão cedo, até eu estoou surpresa com esse feito.- Não te encontrei na cama quando acordei, pensei que estivesse trabalhando em algum projeto. - Ele diz se sentando ao meu lado e me dando um beijo carinhoso nos lábios. - Não, vou descansar um pouco do atêlie, por alguns dias. Quero te acompanhar hoje, vê algum problema? - Pergunto e ele sorri. - Claro que não, linda. Fico feliz que vá me acompanhar hoje. - Ele diz e sorrio. Quando o Fernando confirmou que já tinha se relacionado com a Júlia, mil coisas se
Com o passar dos dias eu já estava cada dia mais habituada com as coisas da transportadora, as coisas estavam melhorando e os negócios estavam indo de vento em polpa. O irmão do Fernando tinha vindo para cá passar um tempo aqui juntamente com a sua esposa, Ana, que era uma amiga que eu adorava. O que tornou as coisas mais leves por aqui, pois eu não me sentia mais tão sozinha sem uma amiga. - Carolzinha, quando pretende ir em São Paulo? - Ana pergunta enquanto almoçamos. - Não sei, Ana, mas acredito que não vá demorar muito, eu preciso checar como vão as coisas no ateliê. - Ela diz e não deixo de notar que está usando um lindo vestido da minha marca - E obrigada pelo apoio de sempre, esse vestido é realmente lindo. - Falo e ela sorri. - Está brincando? Eu amoo essa marca. - Ela diz e me recosto na cadeira tomando um pouco de suco. - Fiquei sabendo que o Fernando namorou com a Júlia durante um período. - Comento como quem não quer nada, mas a verdade é que a falta de detalhes sobre
Depois do desentendimento que tive com o Fernando, senti uma vontade imens de chorar, mas me contive. A vontade de pegar minhas coisas e voltar para São Paulo era imensa, mas fazendo isso só desencadearia uma crise maior em meu relacionamento, e eu queria evitar isso a todo custo.Dentro de mim eu sentia uma angústia e sabia que teria problemas muito maiores em breve, eu queria muito fugir ou evitar isso, mas sabia que era inevitável, eu teria que enfrentar o que quer que fosse.***Os dias estavam passando e eu sentia que meu casamento estremecia a cada dia que passava, não sabia o que podieria fazer para salvá-lo, sentia que estava apenas deixando isso acontecer.- Carol, você é minha amiga, converse comigo. Você está se fechando mais a cada dia que passa. - Ana diz quando estou sentada na varanda desenhando um croqui.Era sábado de manhã e a noite seria oferecido um jantar aqui na fazenda pelo desempenho nos negócios da transportadora.Dou um longo suspiro me sentindo emocionalment