O silêncio pesado do hospital da alcateia só era quebrado pelos bipes insistentes das máquinas e pelo som distante de passos apressados de enfermeiros. A madrugada engolia o prédio, e o quarto de Melia estava mergulhado em penumbra. Ela permanecia imóvel na cama, o corpo pálido, a respiração ruidosa. A curandeira, junto as enfermeiras tentou de tudo rituais, ervas, mas nada alcançava Melia ou sua loba, e o corpo dela parecia fadado a perder aquela batalha. Quando perceberam que nada adiantaria, a ultima coisa que a mulher fez foi desenhar uma lua crescente no peito da garota e pedir a deusa que ela tivesse forças, pois a medicina dos lobos não podia ajudar.
Depois disso, a deixaram sozinha, na esperança de que a deusa a ajudasse a lutar aquela era a última esperança, era tudo o que podiam fazer.
Quando até as enfermeiras tinham se recolhido para a sala de descanso, a porta se abriu de forma suave, sem emitir ruído algum. Uma silhueta atravessou o corredor escuro e adentrou o quarto, c