Em Obsidiam
A dor a despertou de uma vez.
Melia abriu os olhos apenas parcialmente, tudo girava. As paredes eram de pedra negra, o chão úmido, o ar fétido, pesado. Estava erguida pelas mãos amarradas a uma corda que estava presa a um gancho no teto e o cheiro de mata-lobos era sufocante. Um círculo de símbolos brilhava ao seu redor, luz pálida, azulada, queimando sua pele conforme ela tentava se mover.
Cada tentativa de se soltar fazia sua visão escurecer. Ela ouvia uma voz sussurrando atras de si, e quando virou o rosto com dificuldade, viu uma velha coberta por um manto sussurrando enquanto, com o próprio sangue de Melia, que gotejava de um corte, completava o último símbolo do círculo, os fazendo brilhar ainda mais.
— O que… — sussurrou, quase apagando de novo, a cabeça pendendo para trás.
Quando voltou a si, viu o outro lado da cela, onde algo se movia.
Gritos.
Socos.
O som bruto de corpos sendo jogados contra as barras de ferro.
Melia forçou os olhos… e viu um rapaz.
Ela não o