A raiva que Laura sentira no hospital se dissipava como fumaça, dando lugar a algo mais quente. Mais denso. Mais intenso. Aquela eletricidade entre os dois nunca desaparecera — apenas se transformava, ganhando novas formas a cada confronto, a cada palavra atravessada, a cada olhar.
Ela se sentou na beirada da cama, os olhos fixos nele. Heitor parecia alheio, mas seu corpo dizia outra coisa. Os músculos do peito contraíam levemente sob a respiração contida, o maxilar estava tenso. Os olhos, mesmo tentando disfarçar, carregavam uma tempestade. Laura ergueu a mão, passando os dedos sobre o peito nu dele, lentamente. Sentiu o calor da pele, a textura suave dos pelos. Era um território conhecido… e perigosamente viciante. — Faz tempo, né? — sussurrou ela, os dedos deslizando até o abdômen rígido. — Desde que a gente… se tocou de verdade. A respiração dele vacilou por um segundo. Pequeno. Quase imperceptível. Mas e