o poder é um afrodisíaco.
A sala de reuniões estava em silêncio. O som abafado da porta se fechando atrás dos acionistas ainda parecia ecoar nos ouvidos de Laura. Eles tinham ido embora cabisbaixos, engolindo o orgulho ferido depois de ouvirem Heitor deixar bem claro quem mandava ali.
Ela o observava em pé ao lado da mesa, agora sozinho, de costas para ela, com o corpo ainda tenso — uma presença poderosa e dominante. Heitor respirava fundo enquanto lia algo no notebook aberto, aparentemente tentando voltar à rotina. Mas Laura não conseguia desviar os olhos.
Havia algo naquele homem que mexia com suas entranhas. Não era apenas o físico, o charme natural ou o magnetismo dele. Era o poder. A postura firme. A coragem de enfrentar todos. A maneira como ele tomava o controle da situação — de tudo — inclusive dela.
Ela caminhou lentamente até ele. Os saltos marcavam presença no piso de madeira, mas ele não se virou. Quando finalmente parou a poucos centímetros, ele ergueu os olhos do notebook, desconfiado.
Mas ao