Heitor a conduziu até uma das salas mais reservadas do clube, onde a luz era baixa, quente, como se o ambiente respirasse luxúria. As paredes de veludo escuro abafavam qualquer som, e o sofá de couro preto em que se sentaram parecia feito para receber pecados. Ambos mantinham as máscaras, como mandava o protocolo da casa, o que tornava tudo mais intenso, mais proibido.
À frente deles, um casal conhecido de Heitor já se entregava sem pudor ao prazer. O homem beijava os seios da mulher com voracidade, enquanto ela se apoiava de joelhos sobre a chaise, gemendo sem vergonha. O som abafado da pele se chocando e os gemidos roucos ecoavam pelo ambiente como uma melodia erótica.
Laura prendeu a respiração ao assistir, os olhos fixos no casal. Aquilo a excitava de uma forma que jamais imaginou. Ver o ato tão cru, tão intenso, tão verdadeiro... a fazia se sentir molhada, pulsante, viva. Sentia-se parte daquela dança, mesmo sem se mover.
Heitor a observava de lado, atento a cada reação dela.