O sol mal havia nascido quando Laura abriu os olhos. Não porque estivesse descansada, mas porque, mesmo cansada, o sono lhe fugira. O travesseiro ainda estava úmido das lágrimas que derramara durante a noite, sozinha. Seu corpo doía, não só pelos efeitos da gravidez de quatro meses, mas pela exaustão emocional. O coração apertado. A alma ferida.
Ela olhou para o teto por alguns minutos, sem pensar em nada. Ou talvez estivesse pensando em tudo. Em Heitor. No bebê. No peso de carregar uma mentira que não era sua, mas que ela sustentava por amor. E no quanto estava se machucando para proteger os outros. Levantou-se com dificuldade. Sentia-se tonta, enjoada. A gravidez começava a pesar mais do que fisicamente. Desceu as escadas devagar. Não ouviu barulho nenhum. Heitor devia ter saído cedo para a Holding. Ou talvez nem tivesse dormido em casa. Laura não se surpreenderia mais. Já havia passado da fase de criar expectativas com ele, Heitor a ca