Walter ajeitou o paletó, mantendo o olhar firme sobre Bianca. A voz saiu controlada, quase doce, mas carregada de intenção:
— Eu não preciso de amor, Bianca. — fez uma breve pausa, como se calculasse cada palavra.
— A proposta que eu te fiz não é apenas por você… não é só para evitar que perca sua filha.
Ele caminhou até a janela da sala e abriu um sorriso discreto, o reflexo do vidro lhe devolvendo a própria imagem. Por dentro, sentia o gosto amargo da lembrança de Fernando, o homem que havia roubado a noiva que um dia fora sua.
— Ela também vai me beneficiar. — completou, voltando o olhar para Bianca, como se quisesse transmitir segurança
. — Ambos vamos nos ajudar.
Walter então se aproximou da mesa, apoiando as mãos no tampo de madeira. O tom de sua voz se revestiu de racionalidade, como quem apresenta um argumento irrefutável:
— Eu tenho perdido contratos importantes com clientes porque não sou casado, não tenho uma família estável. Muitos deles acreditam que home