Lucas
A escolha do restaurante foi estratégica. Discreta o suficiente para manter os olhos curiosos afastados, mas sofisticada o bastante para impressionar os coreanos. Era um lugar onde nada podia dar errado. Até que deu.
Entramos e o maître nos reconheceu de imediato. Mesa reservada. Área privativa. Vista elegante.
Mas antes de chegarmos ao espaço reservado, algo me paralisou. Ou melhor, alguém.
Ela. Angel.
Sentada em uma das mesas centrais, como se pertencesse àquele lugar. Como se pertencesse a qualquer lugar, menos ao meu controle.
Rindo. Com ele. Tony.
O publicitário despretensioso, de camisa dobrada até o antebraço e sorriso fácil. Um cara que ela conhece há anos, estudaram juntos, mas que é daqueles que vivem em roda de bar, com a autoconfiança dos que nunca tiveram que se provar pra ninguém. E agora ele estava ali, ocupando um espaço que nunca deveria ter sido dele.
Meu maxilar travou. O sangue subiu quente.
Angel girou o rosto e me viu. Sorriso congelado. Olhar fixo. Mas não