Narrado por Mallory
Eu não sabia exatamente o que havia acontecido, mas quando abri os olhos, percebi que já não estava no escritório de Enrico. Estava na cama, no nosso quarto. A luz fraca que vinha da janela indicava que já era noite, e o silêncio no ambiente era quase ensurdecedor.
Olhei ao redor, tentando me situar, e foi então que o vi. Dante estava sentado na poltrona perto da janela, com os cotovelos apoiados nos joelhos e as mãos segurando a cabeça, como se o peso do mundo estivesse sobre ele.
— Dante… — chamei, minha voz fraca, quase um sussurro.
Ele ergueu a cabeça lentamente, e a visão dele partiu meu coração. Seus olhos estavam vermelhos, marejados, e havia um cansaço em seu rosto que eu nunca tinha visto antes.
— Você estava chorando? — perguntei, preocupada, tentando me sentar.
Ele se levantou rapidamente, vindo até mim. Com um gesto suave, me impediu de fazer qualquer esforço.
— Não se mexa, Mallory. — Sua voz estava baixa, mas carregada de preocupação. — Você precisa