Ser uma Petrakis não era nada fácil.
A família era conhecida na Grécia e no mundo pelo império consagrado do azeite, graças ao pulso firme e sagacidade do patriarca.
Por isso, o peso do sobrenome implicava muitas vezes em ter uma vida de retidão e principalmente, não manchar a honra da família.
Então ser uma Petrakis representava não sucumbir a desejos considerados supérfluos pelo pai.
Foi assim que aprendeu desde a infância. Nada de chorar, rir alto, falar demais ou viver para si. O nome da família era mais importante que sua própria felicidade.
Regras são regras.
E ela, filha única, entre três irmãos tinha o dever de ser submissa, recatada, obediente. Sua mãe, Kátia, era assim. Uma mulher sofredora, sem voz ativa, a mercê do marido.
Aff! Essa situação era inconcebível!
Odiava o preço que tinha que pagar por ser uma Petrakis.
Odiava ver sua mãe, uma mulher linda, quinze anos mais jovem que o pai, tendo crises de depressão, sem ter forças para mudar sua situação de dependência em