Ser uma Petrakis não era nada fácil. A família era conhecida na Grécia e no mundo pelo império consagrado do azeite, graças ao pulso firme e sagacidade do patriarca.Por isso, o peso do sobrenome implicava muitas vezes em ter uma vida de retidão e principalmente, não manchar a honra da família.Então ser uma Petrakis representava não sucumbir a desejos considerados supérfluos pelo pai. Foi assim que aprendeu desde a infância. Nada de chorar, rir alto, falar demais ou viver para si. O nome da família era mais importante que sua própria felicidade.Regras são regras.E ela, filha única, entre três irmãos tinha o dever de ser submissa, recatada, obediente. Sua mãe, Kátia, era assim. Uma mulher sofredora, sem voz ativa, a mercê do marido.Aff! Essa situação era inconcebível!Odiava o preço que tinha que pagar por ser uma Petrakis.Odiava ver sua mãe, uma mulher linda, quinze anos mais jovem que o pai, tendo crises de depressão, sem ter forças para mudar sua situação de dependência em
( Presente)Klaus" Alyssa, onde você está?"Klaus olhou por todos os lados e mais uma vez ela havia sumido. Em seu encalço, Hilda se aproximou e acariciando o seu ombro, falou:— Amanhã você fala com ela. Vem, vamos tomar um drink. Está precisando.Ele concordou. Precisava afogar seus dilemas com uma bebida forte, conversar um pouco e clarear as ideias. Assim, os dois se dirigiram para um bar. Fcaram no terraço do estabelecimento, apreciando a vista panorâmica do mar Egeu e da cidade das casas brancas e azuis. Uma música lenta preenchia o ambiente, acentuando a nostalgia de Klaus que sem perda de tempo, encheu o copo de uísque e bebeu uma boa parte.— Não fique nessa deprê, Klaus. Tenha fé, amigo.Ela observava-o com preocupação, o olhar fixo na maneira como ele engolia a bebida, um atrás do outro, como se tentasse afogar suas mágoas em álcool. Pegou a garrafa e pôs perto dela.— Se quiser desabafar, estou aqui para dar meu apoio, mas por favor, não exagere.— Relaxa, Hilda, você
— Alô?A voz de Alyssa ao telefone, mesmo sob pretexto de falar uma notícia nada agradável, atingiu Klaus em cheio.Aquela voz... Sonolenta, meio rouca. Por mais que não fosse a ocasião apropriada, foi impossível não lembrar dos seus corpos unidos em movimentos ousados e inesquecíveis. — Alô, Alyssa, sou eu, Klaus.Nem bem terminou de falar, ouviu um ruido seco. O tom da voz mudou para uma irritada. — Klaus? Como conseguiu o meu número?Um nó se formou na garganta dele. Respirando fundo, voltou a falar:— Calma. Foi seu irmão, porque... — Fez uma pausa, como se estivesse lutando para encontrar as palavras certas — Ele está no hospital.— Oh, meu Deus! O que aconteceu? — Ela conseguiu murmurar, a voz trêmula.— Saulo... Foi assaltado. — Klaus explicou, hesitante. — Reagiu e... e apanhou bastante.— Oh, não! Foi grave?— Está machucado, mas os médicos dizem que não foi nada grave.Um silêncio pesado pairou entre eles, quebrado apenas pela respiração ofegante de Alyssa. — E
Alyssa se voltou para Klaus, hesitante. — Sim?— Alyssa ... — Os olhos eram intensos, quase suplicantes. — Estou aqui para o que precisar de mim.Com a respiração densa, a mente sinalizando para o perigo e a curta distância entre eles, ela baixou os olhos.— Não é hora de falarmos sobre isso, meu irmão me espera. — Desconversou, enquanto retirava o cinto de segurança, com o intuito de sair do carro. Porém para sua surpresa, Klaus a deteve, segurando o seu pulso. — Espere... Ante aquele contato inesperado, ela arregalou os olhos, um tremor percorreu seu corpo. Sentia os dedos dele em sua pele. Não reagiu. Queria se desviar do toque envolvente, lembrar dos motivos pelos quais devesse evitá-lo, mas a única coisa que pensava era de como desejava aquela sensação eletrizante, mesmo num pequeno espaço de tempo.Ele, notando sua fragilidade, voltou a falar suavemente.— Você tem razão... Não é o momento certo, mas quando tudo ficar bem, me dê uma chance de conversarmos a sós, okay? Al
A intensidade do beijo era tão avassaladora que o mundo ao redor sumiu para eles. Nada importava. Nada de desavenças, mal-entendidos ou mágoas. Somente eles existiam naquele momento, imersos em um universo particular onde só o desejo podia entrar, sem cerimônia. Não se sabia quanto tempo ficaram imersos naquele beijo carregado de saudade. A emoção contida, agora vibrava em seus corpos feito um furacão, derrubando todo e qualquer obstáculo.Enquanto os lábios sedentos de Klaus se moviam incansáveis numa precisão que a deixava sem fôlego, um arrepio percorreu a espinha de Alyssa, fazendo-a estremecer. A saudade, que os consumia, se materializava em um calor, envolvendo-os por completo. O beijo profundo e apaixonado prosseguia. Nele estava implícito anos de separação, de sonhos compartilhados e de um amor que deixava implícito a resistência contra a distância. As mãos dele deslizavam por suas costas, acariciando-a numa deliciosa pressão, deixando claro seu membro crescido, o qu
( Passado)KlausNo apartamento de Alyssa, um filme de ação era exibido sem expectadores.Mesmo após as explorações audaciosas e múltiplos orgasmos, desde o momento em que pôs os pés ali, os dois não conseguiam ficsr longe um do outro. Desejam se descobrir mais e mais. Até que tentaram apenas comer pipoca e tomar um vinho, abraçados diante da tela.Não deu certo. Eles queriam outro tipo de ação. Uma em que eles próprios fossem os protagonistas. E com menos de quinze minutos de filme, decidiram se estender a mais uma sessão tentadora.E dessa vez, Alyssa por cima, dava-lhe uma visão privilegiada de seus seios, do seu corpo lindo, do seu balançar num ritmo de pura magia. Os cabelos castanhos dela pareciam um lindo véu, roçando seu peito. Ela o provocava num movimento cadenciado, na posição em que ela o controlava com seu poder de fêmea no cio, deixando-o à mercê de mais uma deliciosa expressão de prazer.Poderia ser comparada a uma miragem em meio ao seu deserto, ou quem sabe um
Faltava meia hora para a saída do trabalho e Klaus trabalhava em seu laptop, absorto no cronograma das atividades de marketing de Alyssa.Uma notificação no seu dispositivo, porém, tirou-o da sua concentração. Antes de pegar o aparelho, a sua atenção foi direcionada para Alyssa que o olhava de maneira suspeita, como se estivesse na expectativa de ver a sua reação. Desconfiou que Alyssa estava aprontando das suas. Tão certo que assim que os olhos se encontraram, ela baixou a cabeça e tinha um sorriso travesso nos lábios. Curioso, virou o celular e encontrou as seguintes mensagens dela:" Oi, gostoso""Na sua casa hj?"Surpreso, conteve-se para não dar mancada diante das câmeras, mas não resistiu a um sorriso divertido. Alyssa tinha esse poder de mexer com suas sensações impuras, bastava um gesto seu. Uma vibração começou a se espalhar em seu corpo até concentrar-se em seu sexo. Apesar do clima de constante tensão, estava gostando do que estavam vivendo. Insaciável era a palavra
Eleni, com um sorriso contido que mal disfarçava a sua antipatia pelos Petrakis, cumprimentou Alyssa com uma formalidade glacial.Depois, colocou a bagagem de mão no canto da sala e sem cerimônia deitou-se no sofá.— Desculpe-me, Alyssa, a viagem foi tão cansativa! — Fez uma careta, massageou as têmporas.— Essas companhias aéreas estão cada vez mais desorganizadas.Atento aos gestos da mãe, notou que toda aquela cena era um pretexto para irritá-lo.— Mãe, é mais confortável ficar no quarto...— Ah, filho, estou conversando com a moça! Você não tem esse problema, não é querida? É rica. Não viaja em classe econômica, né?— V-verdade. — Alyssa confirmou e para mudar o assunto, perguntou: — Está se sentindo bem?— Não mesmo. Você tem um analgésico, Klaus? Estou com uma terrível dor de cabeça. —Vou ver...— Se não tiver, Klaus, posso ir à farmácia e comprar. — Alyssa se ofereceu.— Não, não precisa gastar comigo. Creio que um bom descanso me ajude a relaxar e logo a dor de cabeça