Evelyn
Eu passei a manhã inteira com a cabeça cheia dele. De Dante. Era como se cada detalhe da noite passada tivesse se gravado em mim — o som da chuva batendo nas janelas, a luz amarelada da cozinha, o jeito como ele me olhou sem querer olhar. Eu não sabia se aquela tensão tinha sido real ou só imaginação da minha cabeça carente de afeto. Mas se foi só coisa da minha cabeça, então o corpo dele mentiu junto, porque até o silêncio dele parecia respirar perto do meu.
Levantei sem saber o que fazer com tudo isso. Ficar trancada no quarto até as aulas começarem não ia resolver nada. A casa era grande demais, e o vazio dela só fazia minha mente correr para onde não devia. Me vesti sem muita pressa — uma blusa clara, jeans simples —, prendi o cabelo num coque frouxo e desci para o café.
A mesa já estava posta, mas o lugar de Dante estava vazio.
— Dante saiu cedo — avisou a sra. Collins, com um tom suave que parecia sempre saber mais do que dizia. — Disse que tinha alguns compromi