O carro mergulhou num silêncio pesado. As palavras dele não eram apenas realistas — era a primeira vez que lhe explicava, de forma clara, em que terreno estava pisando. Emilia, impactada pela crueza, o encarou com desafio, mas não respondeu. O que poderia dizer? No fundo, ela mesma também não era uma boa pessoa. Sempre ponderava o que faria se o homem por trás do desaparecimento de sua irmã não pagasse pelos crimes, protegido pelo dinheiro e pelo poder capazes de minimizar tudo.
Tomaria a justiça com as próprias mãos? Seria capaz? Se o fizesse… o que realmente a diferenciaria de Alexander Sidorov?
A tensão entre os dois era palpável, carregada de emoções contidas e recriminações não ditas. Alexander recostou-se outra vez no banco, recuperando a compostura, pois estivera prestes a dizer — e a fazer — coisas piores.
Tê-la visto tão à vontade ao lado de Miguel Rivas havia despertado um monstro em seu peito, um que clamava por sangue. O fato de ela ter entrado no carro com tanta resistênci