Pablo
— O que você tem querido, mal tocou na comida… disse Graziela e eu despertei do transe.
— Hã, que? Ah, não, estou sem fome… eu disse.
— Pablo… porque você não me diz o que sente? Eu poderia jurar que sei o que é, mas você precisa assumir isso… disse ela.
— Do que você tá falando coroa? Perguntei.
— Hei, sabe que não gosto que me chama assim… disse a brava e eu ri.
— Desculpa, era só pra mudar de assunto… eu disse.
— Ah Pablo, está na sua cara, quem te conhece como eu, sabe do que eu tô falando… disse ela.
— Ninguém me conhece como você Graziela, você é como… a mãe que eu não tive… eu disse.
— Embora você não me conte nada que se passa no seu coração, não é? Que belo filho eu tenho! Disse ela e eu ri.
— São coisas que eu odeio sentir e luto com elas todos os dias, coisas que eu não quero que voltem, por isso eu não fico falando… eu disse.
— Coisas que você deveria por pra fora, isso sim, senão vão acabar te matando… disse ela.
— Me matando? Eu vivi a vida inteira escon