Capítulo 109
O telefone tocou cedo, antes mesmo que o sol aquecesse as janelas.
Melissa atendeu sem pensar — e a voz do outro lado gelou seu sangue.
— Não adianta tentar fugir — disse Jorge, com calma assustadora. — Mandei dois seguranças vigiar você. Onde quer que vá, eu saberei.
O coração dela disparou. Correu até a porta, puxou a cortina e viu — dois carros pretos estacionados do outro lado da rua. Os homens, de óculos escuros, fingiam olhar o celular, mas não disfarçavam o papel de sombra.
Melissa respirou fundo. Percebeu que escapar dali não seria simples.
Passou o resto do domingo em casa, cercada pelos amigos, tentando agir com naturalidade — mas cada risada soava forçada, cada olhar, um aviso.
Na manhã seguinte, levantou cedo. Vestiu uma roupa leve, discreta, e passou maquiagem com mãos trêmulas para esconder os hematomas no rosto delicado.
Despertou os gêmeos, ajudou-os a se vestir, e juntos foram tomar café.
Vinícius estava de plantão no hospital. Camile havia saído para um