Capítulo 108
A sala ainda tinha o cheiro de peixe fora d’água — emoção crua e vozes em conflito. Ana não conseguiu se conter. Ao ver Jorge erguer o queixo com frieza, ela veio à frente de Melissa, os olhos em chamas.
— Quem você pensa que é pra entrar na minha casa e ainda bater na Melissa? — gritou Ana, a voz ecoando pela sala.
Jorge virou a cabeça devagar, como quem avalia um inseto inconveniente.
— Não se meta — disse ele, seco, a ameaça pairando no ar.
Camile aproximou-se com olhar preocupado. — Você tá bem, amiga?
Ana fitou o rosto machucado de Melissa e não poupou as palavras.
— Você é um monstro, Jorge. Ela é sua filha e você a trata assim?
Jorge respondeu num tom cortante, quase sussurrando como quem decide um veredito:
— É melhor você calar a boca, menina, ou eu acabo com você com uma simples ligação.
Melissa tentou intervir, firme apesar da dor.
— Pai, chega. Ana não tem nada a ver com isso. Resolve comigo.
Jorge abriu a boca, fazendo-se ouvir como que