Capítulo 110
Melissa passou a noite em claro.
Não havia trancas na porta, mas também não havia liberdade.
Cada vez que saía do quarto, dois seguranças a seguiam em silêncio, como sombras fiéis do medo.
Na manhã seguinte, decidiu agir com calma.
Precisava reconquistar o mínimo de confiança do pai — e o primeiro passo seria parecer submissa.
Bateu na porta do escritório de Jorge. Ele estava ao telefone, mas ergueu os olhos com aquele olhar frio que sempre a fazia estremecer.
— O que foi agora, Melissa?
— Pai, eu… preciso passar na casa da Ana. — começou, controlando o tom. — Quero pegar umas roupas minhas e avisar meus amigos que está tudo bem. Eles estão preocupados.
Ele ficou em silêncio por alguns segundos, como se calculasse cada movimento dela.
Por fim, disse:
— Vá. Mas vai acompanhada. — apontou para os seguranças. — E sem gracinha, entendeu?
Ela assentiu. — Pode deixar, pai.
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A casa de Ana ainda tinha cheiro de café fresco e de abrigo.
Quando Melissa entrou, Ana correu até el