Daniela chegou às seis da manhã na clínica, empurrando a cadeira de rodas de Rafael e se dirigiu para o salão da fisioterapia. O local estava cheio, ela posicionou a cadeira de rodas próxima a um banco e se sentou.
Observando as expressões faciais de Rafael entendeu que ele estava sentindo dor.
— Rafa, você tomou os medicamentos hoje?
— Tomei, por quê?
— Está sentindo dores?
—Não, estou me sentindo eufórico, louco para correr na avenida — respondeu acidamente.
Daniela fingiu não entender o ataque e prosseguiu:
— Quer alguma coisa?
— Quero que me deixe em paz! Está se comportando como se fosse a minha mãe.
— Será que dá pra parar de me agredir e conversar como uma pessoa normal?
Rafael deu uma gargalhada alta e disse com fúria:
— Já deixei de ser normal há muito tempo. Agora eu sou essa aberração.
— Não fale assim, Rafa. Isso não é verdade.
— Então, você está comigo pelos meus movimentos graciosos, não é? Que piada! E fique sabendo de uma coisa: não preciso de você como babá.
— Rafa,