Chegou um momento em que a tensão nos consumia. Vincenzo se coçava e eu roía as unhas. Comecei a sentir fome, então fomos até a lanchonete que ficava na frente do hospital. Procurei por João, mas ele não estava em nenhum lugar por ali.
Enquanto comíamos nosso lanche, eu perguntei para Vincenzo:
— Devemos avisar os pais dela?
— Vamos esperar mais um pouco.
— Não era para ter sido assim.
— Calma Adriana, a culpa não é sua, aliás, se formos pesar as responsabilidades, você é quem tem menos culpa.
— Por quê?
— Somos três maiores de idade, só você ainda é de menor.
— Verdade. A Carol fez dezoito a semana passada. Mas estamos todos juntos, então eu também tenho culpa.
Terminamos nosso lanche e retornamos para a sala de espera do hospital. Os minutos passavam, a madrugada avançava e eu e Vincenzo decidimos juntos, avisar os pais da Carol.
Quando eles chegaram, a mãe da Carol se dirigiu a uma enfermeira e eu fui até ela:
— Dona Gertrudes...
— Por favor, não me dirija palavra. Você é culpada