MORPHEUS
— Morpheus. — Chamou minha mãe.
Minha mãe entrou irradiando luz, envolta por um brilho tão intenso que eu mal conseguia encará-la. Ela estendeu a mão em minha direção, mas quando tentei segurá-la senti que não deu certo, como se ela fosse apenas fruto da minha imaginação.
— Está na hora de parar com o castigo. — Ela falou e a voz soou como muitos ecos ao mesmo tempo. — Você já tem tudo o que eu sempre quis para você.
— Como posso ser feliz depois de tudo o que fiz? — Perguntei.
— Sua salvação e o tempo chegaram e sua felicidade está em risco.
O silêncio se instalou enquanto eu tentava entender.
— Do que está falando? Tempo e salvação? O que você quer dizer com isso?
Minha mãe se aproximou e se inclinou até nossos rostos ficarem próximos, estendendo a mão para tocar meu rosto e acariciando minha bochecha com o polegar. Seus olhos brilhavam de amor e compaixão.
— Você é meu menininho e eu quero vê-lo feliz.
— Mamãe, não entendo.
Ela se afastou dando alguns passos, o que aumentou