ALFA KARIM
Fiquei andando do lado para o outro do lado de fora da tenda de Morpheus, ensaiando o que diria a Laika quando ela saísse. Ela precisava acreditar em mim. Precisava acreditar que eu estava sendo sincero e que nunca a machucaria. Precisava acreditar que eu tinha voltado a ter juízo e que isso não era um plano para trazê-la e matá-la.
Mas não importava o quanto eu ensaiasse, as palavras me falhavam. Nunca fui de ficar sem palavras. Sempre soube o que dizer, mas dessa vez estava se mostrando mais difícil. O som de passos aproximando-se atrás de mim me fez congelar. Inspirei fundo para sentir o doce aroma de Laika, mas tudo o que percebi foi o de Jago. Virei-me e vi Jago se aproximando com os ombros caídos.
— Onde está a Laika? — Perguntei, mesmo sabendo que ela devia ter partido. Mas eu não queria acreditar nisso.
Sem esperar por resposta, passei correndo por Jago e entrei na tenda. Vasculhei o quarto vazio como se pudesse encontrá-la escondida em algum lugar. O quarto esta