LAIKA
Karim enrolou uma pele na cintura. O peito, nu e reluzente, lançava ainda mais lenha na fogueira entre minhas coxas. Desviei o olhar o mais rápido que pude. Já o contemplara nu inúmeras vezes, porém havia algo na postura dele, no sorriso divertido, que me deixava nervosa.
Ele bufou.
— Gostou do que viu? — Perguntou, a voz carregada de escárnio.
Minhas bochechas ardiam de vergonha, o que apenas divertia Karim. Contudo, não lhe daria esse triunfo. Minhas pernas latejavam de desejo, mas não demonstraria a fome que sentia. Revirei os olhos, ergui-me dos cobertores e temi que ele enxergasse a verdade sob minha pele.
— Nem tanto. — Menti. — Já vi melhores.
E, assim, o ambiente se tornou denso, tingido por um constrangimento. Levantei-me quando já não suportava o peso daquele incômodo e deixei a tenda. Precisava resistir à tentação de rogar-lhe que me tomasse ali mesmo, pois, embora não fosse algo errado, temia que, depois, qualquer um de nós se arrependesse. Se voltássemos a nos unir,