LAIKA
Avancei ainda mais mata adentro. O verde ali era de uma exuberância quase onírica, um lugar que meus olhos jamais haviam contemplado, mas que se mostrava sereno e lindo. Uma paz suave tomou conta de mim, e o aroma que impregnava o ar era celestial. Abri os braços e inspirei profundamente. Eu me encontrava sozinha e avistei incontáveis frutas pendendo dos galhos. Estava feliz ali; ninguém poderia me ferir, ninguém me odiaria naquele refúgio.
Ainda assim, logo percebi que algo me faltava, como se uma parte de mim não tivesse vindo junto. Ao percorrer o labirinto da memória, perguntei-me onde eu estava e como chegara ali. Era de Karim que eu sentia falta.
Onde ele estaria? Deveria estar ao meu lado. Aquele era um lugar magnífico, longe de todos os problemas que poderíamos enfrentar. Girei sobre os calcanhares, procurando por ele. Ele prometera que não me deixaria.
— Karim? — Esperei ouvir o habitual “Sim, meu amor”, mas apenas o eco da minha própria voz me respondeu, seguido pelo si