ALFA KARIM
Observei Laika estendida, imóvel, o rosto tomado por um pálido quase cadavérico. Jamais senti tanto medo. Desde que ela conjurara aquele fogo no sonho, não mais despertara. O curandeiro do nosso Bando, intrigado, tentava encontrar explicação. A princípio, eu me recusara a falar sobre os poderes dela, porém, quando Laika deixou de reagir a qualquer estímulo, fui obrigado a revelar que o incêndio em minha tenda partira de suas próprias mãos. Contei-lhe tudo.
— Magia de fogo é rara. — Declarou o curandeiro, tornando a fitá-la. — Existem quatro elementos no mundo: vento, água, terra e fogo. A magia do fogo é a última fronteira, a mais difícil de dominar. Muitos sequer ousam tocá-la.
— O que isso significa? — Indaguei, alerta.
— Ela rompeu esse limite. Nem todos sobrevivem.
— Há cura?
— Observarei atentamente. A única cura é a alma desejar regressar. Algumas, especialmente as atormentadas, não veem razão para voltar e cruzam o portal definitivo assim que acessam o fogo.
— Ela tem