Alonzo
O envelope está sobre a mesa quando entro na sala. Branco, liso, elegante… familiar demais.
Meu nome escrito com caneta azul. A caligrafia não é dela, eu reconheceria a letra de Antonella até de olhos fechados. Mas esse envelope… veio dela.
Não preciso abrir para saber.
Sento na cadeira de couro, respiro fundo e rasgo a aba com cuidado, como se isso fosse impedir a porrada que já sei que vai vir.
Uma única folha. Assinada pelo advogado dela. Selo oficial. Termos do contrato. Pedido formal de divórcio. Meu coração não reage, não dispara, não dói. Ele… afunda.
Leio tudo em silêncio. Cada linha é uma confirmação de que ela ainda existe, mas não comigo. De que ela está viva, e longe o suficiente para transformar distância em decisão. Fecho os olhos e deixo a cabeça cair para trás.
— Três anos… — sussurro, com amargura seca. — E ela não aguentou nem um ao meu lado.
A verdade sempre foi essa, eu destruí primeiro o casamento antes dele começar.
Bato o punho na mesa, não forte, mas fir