Antonella
A segunda-feira começou com o som suave da chuva batendo nas janelas do duplex. Londres tinha aquela melancolia bonita que eu estava aprendendo a amar, ou talvez estivesse apenas aprendendo a sobreviver dentro dela.
Levantei antes do despertador tocar. A mente já estava ligada no trabalho, como sempre. A nova rotina ocupava tudo: pensamento, tempo, espaço. Talvez fosse o jeito que encontrei de não desmoronar.
Desci as escadas devagar, e a vovó já estava na cozinha, mexendo uma panela com mingau e tomando chá ao mesmo tempo.
— Bom dia, minha menina — disse ela, com aquele sorriso que sempre me dava a sensação de colo.
— Bom dia, vovó.
Ela me observou por alguns segundos, com aquele olhar que enxerga além do que mostramos.
— Dormiu bem?
— Dormi… o suficiente.
Não dormi. Mas precisava tentar.
Às nove da manhã, já estávamos na sede administrativa da Sweet Dreams. Desde que assumi o comando das operações junto com ela, as segundas eram dias de reuniões maiores. Eu me acostumei ma