Alonzo
A ligação veio pouco antes do jantar. Eu ainda estava no escritório, tentando convencer a mim mesmo de que conversar com Antonella seria o certo, que talvez fosse o momento de parar de fugir. Mas bastaram cinco minutos ao telefone com a mãe dela para tudo desabar de novo.
— “Senhor Karvell, espero que não esteja esquecendo que este casamento foi uma união empresarial, não um conto de fadas” — disse a voz dela, fria, firme. — “Meu marido e eu apostamos alto nisso. Os lucros da Bellini precisam continuar crescendo, e para isso, você deve manter o foco. Sentimentos só atrapalham.”
Tentei encerrar a conversa o mais rápido possível, mas cada palavra dela soava como um lembrete cruel: o amor não era parte do contrato. Nunca foi.
— Eu sei por que me casei com sua filha — respondi, controlando o tom. — E estou cumprindo minha parte.
— “Espero que continue assim” — ela completou. — “Casamento é negócio, Alonzo. Lembre-se disso.”
Quando desliguei, fiquei olhando o celular por longos segu