Crescendo sob a sombra de um pai poderoso e impiedoso, Anne, sempre se sentiu obrigada a seguir as expectativas da família. Só que tudo desmorona quando ela se apaixona por um dos homens mais conhecidos da cidade, o famoso Gabriel Hernandez. Agora, apaixonada por Gabriel, ela se via em um dilema: permanecer leal ao seu pai ou seguir seu coração, mesmo que isso significasse romper com seu passado. Ele, visto como um homem rigoroso e impassível, teve suas convicções desafiadas pelo amor inesperado e avassalador que sentia por Anne. Tentava equilibrar sua carreira e suas responsabilidades, mas a jovem mulher trazia uma nova perspectiva para sua vida, repleta de sonhos e esperanças. Com a descoberta da gravidez, a situação se tornava ainda mais complicada. Os bebês eram um símbolo do amor que florescia entre eles, mas também um lembrete constante do risco que corriam ao desafiar as normas sociais e familiares. Será que esse amor resistirá a guerra que se aproxima?
Ler maisA festa de inauguração do novo hospital estava a todo vapor. Era um grande feito para nossa cidade, finalmente os moradores não precisariam mais viajar por duas horas para receber atendimento médico de qualidade. Eu estava orgulhoso, e isso se refletia no meu sorriso confiante enquanto subia ao palco.
As luzes dos flashes me cegavam momentaneamente, mas eu já estava acostumado com a atenção.
— Boa noite a todos — comecei, ajustando o microfone. — Hoje é um dia histórico para nossa cidade. A inauguração deste hospital é um marco que nos permitirá oferecer cuidados de saúde de qualidade, sem que precisemos nos deslocar por horas. Este hospital representa nosso compromisso com a saúde e o bem-estar de nossa comunidade.
Os aplausos ecoaram pelo salão, mas, ao olhar para o fundo, vi Gustavo Trancoso com os braços cruzados e uma expressão de descontentamento. Ele nunca apoiou a ideia do hospital, sempre acreditando que os recursos poderiam ser melhor utilizados de outras formas. Seu olhar era desafiador, mas eu não permitiria que sua oposição manchasse este momento.
Depois do discurso, desci do palco e comecei a cumprimentar os convidados. Entre apertos de mão e felicitações, meus olhos encontraram Anne. Ela se destacou na multidão, era impossível ignorar sua beleza. A jovem de 20 anos estava deslumbrante em um vestido azul, que se moldava às suas curvas majestosas, e havia algo nela que sempre capturava minha atenção.
— Parabéns, senhor prefeito. O hospital é realmente incrível — ela disse, aproximando-se de mim.
— Obrigado, Anne — respondi, sentindo um calor familiar se espalhar pelo meu peito. — É um grande passo para nossa Espero que isso faça uma diferença positiva na vida de todos nós.
Nossos olhares se encontraram e, por um momento, tudo ao nosso redor pareceu desaparecer. Havia uma conexão silenciosa entre nós, uma promessa de algo proibido. Sabíamos que nosso relacionamento era arriscado, especialmente com seu pai observando cada um dos meus movimentos.
A festa continuava, e eu fui cumprimentado por vereadores e outras pessoas de interesse da nossa pequena cidade. Meus pais e irmãos também estavam ali para comemorar aquele momento comigo. Minha mãe, sempre elegante, me abraçou com força.
— Estou tão orgulhosa de você, Gabriel — disse ela, segurando minhas mãos com ternura. Meu pai, um homem de poucas palavras, assentiu com um sorriso satisfeito.
— Você fez um excelente trabalho, filho.
Agradeci, sentindo a pressão aliviar um pouco enquanto me afastava para pegar uma taça de champanhe de uma bandeja próxima. O salão estava cheio, com música suave ao fundo e a conversa animada dos convidados preenchendo o espaço. As luzes amarelas davam um toque acolhedor ao ambiente, refletindo nas decorações festivas.
Enquanto eu me movia pelo salão, cumprimentando conhecidos e trocando palavras de cortesia, percebi Anne novamente. Ela estava perto da mesa de bebidas, mexendo em um guardanapo, inquieta. Me aproximei, tentando parecer casual.
— Aproveitando a festa? — perguntei, pegando uma taça para mim.
Ela assentiu, sorrindo.
— Sim, está tudo muito bonito. Vocês realmente se superaram.
Olhei ao redor, observando o ambiente.
— A equipe fez um ótimo trabalho. Mas o mais importante é o que isso significa para a nossa comunidade.
Anne me olhou com uma intensidade que fez meu coração acelerar.
— Eu sei. E sei também o quanto isso significa para você.
Fiquei em silêncio por um momento, absorvendo suas palavras. Ela entendia a importância desse projeto para mim, mais do que a maioria das pessoas ali.
— Não podemos continuar conversando — disse, vasculhando o salão por cima do ombro dela, procurando pela sombra do Gustavo.
— Um homem como você tem medo do meu pai? — questionou com um sorrisinho provocativo.
— É claro que não. Estou preocupado com o que ele pode fazer com você.
Anne riu suavemente, um som que parecia cortar a tensão no ar.
— Eu posso cuidar de mim mesma, Gabriel. Já estou acostumada com as reações dele.
Antes que eu pudesse responder, um dos vereadores se aproximou, me chamando para uma foto oficial. Olhei para Anne com um pedido silencioso de desculpas e ela assentiu, compreendendo.
— Nos falamos depois — disse, me afastando para atender ao pedido do vereador.
A noite continuou com discursos e mais cumprimentos. A cada passo, sentia os olhos de Gustavo Trancoso em mim, como um lembrete constante dos riscos que eu estava correndo. Mas, mesmo assim, meus pensamentos continuavam voltando para Anne. Havia algo irresistível naquela jovem mulher que me atraía como um ímã.
Depois das fotos, encontrei um momento de respiro e decidi sair para a varanda do salão. O ar fresco da noite me envolveu, proporcionando um breve alívio da atmosfera carregada do interior. Apoiei-me no parapeito, olhando para a cidade iluminada abaixo.
— Bela vista, não é? — Anne apareceu ao meu lado, com uma expressão suave.
— Sim, muito bela — respondi, mas meus olhos estavam nela, e não na vista.
Anne se aproximou, seu perfume delicado preenchendo o espaço entre nós. Por mais que eu quisesse resistir, ela não facilitava. Sua mão subiu pelo meu peito, cada toque enviando uma onda de calor pelo meu corpo, enquanto seus lábios se aproximavam dos meus.
— Anne… — murmurei, tentando manter o controle.
— Shhh… — ela sussurrou, seus dedos pousando em meus lábios, silenciando qualquer objeção. — Esquece o meu pai.
— Ele pode nos ver — disse, olhando para a porta da varanda,
— Que se dane meu pai — ela respondeu, com um brilho de desafio nos olhos.
Antes que eu pudesse responder, ela puxou minha gravata, aproximando nossos rostos até que nossos lábios finalmente se encontraram. Senti o coração disparar, uma mistura de excitação e receio.
A língua dela encontrou a minha com urgência, explorando cada canto da minha boca, enquanto nossas respirações se entrelaçavam. Minhas mãos deslizaram pelas curvas de seu corpo, sentindo o calor de sua pele através do tecido fino do vestido. Seus seios, sem sutiã, pressionavam contra meu peito, tornando cada toque ainda mais eletrizante.
— Gabriel… — Anne gemeu baixinho contra meus lábios, sua voz rouca e carregada de desejo.
Seus pedidos foram como combustível para o fogo que já ardia dentro de mim. Minhas mãos subiram por suas costas, traçando o caminho até seus ombros, antes de descer novamente para a curva de sua cintura. O toque era, ao mesmo tempo, possessivo e adorador, cada movimento revelando o quanto eu a desejava.
Ela puxou minha gravata com mais força, aprofundando o beijo. Senti suas mãos se moverem para meus ombros, segurando-me como se tivesse medo que eu escapasse. Sua urgência espelhava a minha, e o mundo ao nosso redor parecia desaparecer, deixando apenas nós dois naquela varanda.
Minhas mãos continuaram a explorar seu corpo, deslizando pela linha de sua cintura e descendo até seus quadris. O vestido fino mal conseguia conter a paixão que queimava entre nós.
— Anne… — murmurei contra seus lábios, tentando recuperar o fôlego, mas ela não me deixou
— Não pare — sussurrou, com a voz rouca — Por favor…
Seu pedido, tão carregado de necessidade, me fez perder o pouco controle que ainda restava. Apertei-a contra mim, sentindo cada centímetro de seu corpo, enquanto nossos lábios se moviam com uma fome insaciável.
Finalmente, quando o ar se tornou uma necessidade urgente, nos afastamos, ofegantes. Nossos olhos se encontraram, ambos cientes de que aquele momento havia mudado tudo. O desejo ainda ardia em seus olhos, refletindo o que eu sentia dentro de mim.
— Precisamos ser cuidadosos — disse, assumindo uma postura mais séria. — Não quero que nada aconteça com você por minha causa.
— Então vamos para outro lugar — sugeriu, com um brilho desafiador nos olhos.
— Anne…
— Por favor? — Ela jogou um charme difícil de resistir, mordendo levemente o lábio.
Suspirei, sentindo-me derrotado pela intensidade do momento.
— Okay! — Me rendi.
Olhei ao redor, certificando-me de que não seríamos seguidos, e então peguei sua mão, conduzindo-a através do salão. Passamos discretamente pelos convidados, que estavam distraídos com suas conversas e brindes. Minhas mãos ainda estavam quentes do contato com sua pele, e o calor parecia se intensificar a cada passo.
Abrimos a porta para uma das salas privadas do prédio, uma área geralmente usada para reuniões importantes. Fechei a porta atrás de nós, garantindo que estávamos isolados do mundo exterior. O ambiente era elegante, com móveis de madeira escura e estofados de couro, iluminado apenas por um abajur suave no canto.
Anne olhou ao redor, apreciando o local antes de se virar para mim. Sem perder tempo, ela se aproximou. Puxei-a para mais perto, sentindo seu corpo moldar-se ao meu. Nossos lábios se encontraram novamente, dessa vez sem restrições.
AnneCinco anos depois…As risadas suaves e os olhares curiosos dos trigêmeos me rodeavam enquanto eu lia uma historinha para eles na cama. Pedro, Paulo e Pablo se aglomeravam ao meu redor, cada um competindo por um espacinho mais perto de mim, e eu não conseguia evitar o sorriso que se espalhava pelo meu rosto. Eles estavam crescendo tão rápido, cada um com sua personalidade única, mas ainda tão unidos e próximos de mim e do Gabriel.— E então, o pequeno dragãozinho adormeceu sob as estrelas, sabendo que sempre estaria seguro — terminei, fechando o livro com cuidado.— Conta de novo, mamãe! — pediu Pablo, com os olhinhos brilhando de expectativa.— Amanhã à noite, querido. Agora é hora de dormir — respondi, acariciando seus cabelos e dando um beijo em sua testa.<
O pai do Gabriel, Francisco, abriu uma garrafa de champanhe, e a sala se encheu de risadas e brindes. Estávamos todos comemorando, sentindo a leveza da vitória, quando a campainha tocou.— Eu vou atender! — disse, levantando-me com um sorriso ainda no rosto. Caminhei até a porta, esperando encontrar mais alguém para se juntar à nossa celebração. Mas quando abri, a alegria no meu rosto se dissipou imediatamente. Meu pai estava lá, me encarando com um olhar sério e cansado.— Parece que vocês já sabem o resultado — ele comentou, a voz carregada de uma amargura que me deixou tensa.— Sim — respondi, sentindo o desconforto crescendo dentro de mim. Por um momento, pensei em simplesmente fechar a porta, mas ele continuou.— É, parece que não tem mais espaço pra mim nessa cidade — disse, num tom que me surpreendeu.
Os dois meses que se seguiram foram exaustivos. Gustavo não poupou esforços para tentar virar a opinião pública contra mim. Cada dia trazia um novo desafio, uma nova acusação, uma nova mentira que ele plantava entre os moradores. Eu fazia o possível para responder com a verdade, mas o medo de que, talvez, ele estivesse conseguindo seu objetivo pairava constantemente sobre mim.Chegou, enfim, o grande dia da eleição. A ansiedade estava no ar, e a casa estava mais silenciosa do que de costume. Anne estava ao meu lado, segurando minha mão com firmeza, como sempre fazia nos momentos em que eu precisava de apoio. Os trigêmeos dormiam no quarto, e minha família estava reunida, todos esperando o resultado das urnas.Meu coração batia forte. A cada minuto que passava, a sensação de incerteza aumentava. Por mais que eu tivesse confiança no trabalho que fiz pela
Enquanto Gabriel estava na prefeitura, minha sogra cuidava dos trigêmeos para que eu pudesse descansar. Selma estava ocupada fazendo uma faxina pela casa, e eu aproveitei aquele raro momento de silêncio para me deitar no sofá da sala e tentar relaxar um pouco. Meus pensamentos estavam dispersos, variando entre a exaustão da rotina e a felicidade de ter meus filhos e Gabriel ao meu lado. No entanto, antes que pudesse me desligar completamente, a campainha tocou.Clara, minha melhor amiga, entrou com um sorriso no rosto, segurando uma caixa de chocolates.— Você merece um pouco de prazer em forma de comida, Anne— disse, entregando-me a caixa.Eu franzi o cenho, pegando os chocolates, mas estranhando o tom da sua voz.— Por quê? O que está acontecendo? — perguntei, já sentindo um nó se formando no estômago.Clara hesitou, o que só aumentou minha pre
Eu sabia que lidar com o Gustavo seria um desafio, mas, ao contrário dele, eu tinha Anne ao meu lado, e isso me dava a força necessária para enfrentá-lo como opositor. Não seria fácil, mas a presença dela, o apoio incondicional que ela me dava, era tudo o que eu precisava para seguir em frente.Naquele dia, o debate no canal de TV local seria crucial. Eu estava um tanto nervoso, mas ao avistar o sorriso de Anne na plateia, um alívio tomou conta de mim. Aquele simples gesto, aquele brilho no olhar dela, me lembrava do motivo pelo qual eu estava ali. Não era apenas sobre política, sobre poder. Era sobre o futuro da minha família, da cidade que eu amava, e de todos que dependiam de mim.Ajustei minha gravata, tentando disfarçar o nervosismo que ainda insistia em me acompanhar. Respirei fundo, buscando a calma necessária para enfrentar o que viria a seguir. Assim que meu nome foi cha
Estava em casa, com os trigêmeos, cada um em seu carrinho, enquanto tentava ao mesmo tempo, cuidar deles e manter minha mente ocupada. Era difícil não pensar em Gabriel e em tudo o que estava acontecendo. A campanha para a reeleição estava começando a pesar sobre nós, e eu sabia o quanto ele estava se esforçando para manter a calma e a serenidade, mesmo quando as coisas ficavam difíceis.O coração disparou quando ouvi o som familiar do carro dele estacionando na garagem. Sempre que Gabriel chegava em casa, era como se o mundo ficasse um pouco mais leve. Contudo, naquele dia, quando ele finalmente apareceu na porta, percebi imediatamente que algo estava errado. Havia uma tensão em seus ombros, uma rigidez em sua expressão que não consegui ignorar.Levantei-me rapidamente e fui ao seu encontro.— O que aconteceu? — perguntei, tentando manter a voz calma, em
Último capítulo