Rosa…Naquele domingo, eu havia decidido passar um dia tranquilo em casa, mas minha paz foi interrompida quando Brigitta apareceu sem avisar.— Onde você estava ontem de manhã? Passei aqui duas vezes pela sua casa. — Perguntou ela.— Eu fui correr. Ela arqueou a sobrancelha e indagou: — E por que você estava corada ao falar disso?Meu coração disparou. Puta, será que eu realmente precisei ficar assim? Agora ela certamente iria querer saber todos os detalhes do que aconteceu.— Preciso te contar uma coisa, mas, primeiro, você tem que me prometer que não vai contar nada para mais ninguém até que eu decida. — Declarei, falando sério, pois não queria revelar a ninguém o que tinha acontecido no parque ontem com Ashton. Eu ainda estava confusa com tudo aquilo.— Prometo que não vou contar pra ninguém. Agora, conta tudo. Relatei a Brigitta o que havia ocorrido durante a nossa corrida, e não pude evitar o rubor que se espalhava pelas minhas bochechas ao mencionar que ele teve uma ereção dura
Ashton…Eu mal podia esperar para vê-la novamente. Cheguei ao escritório mais cedo, nutrindo a esperança de encontrá-la já presente, pois, desde sábado, meus pensamentos não cessavam de vagar por ela. Eu ansiava por sua proximidade. Dirigi-me pelo prédio onde ela morava diversas vezes, ciente de que aquilo já perturbava o equilíbrio de minha mente.Ao adentrar o prédio, Stacey apressou-se até mim e entregou-me alguns documentos.— Senhor Black, aqui estão os documentos que o senhor precisará para a reunião desta tarde.— Obrigado, Stacey. — Respondi, acenando enquanto recolhia os papéis, mesmo sentindo certo desconforto em chamá-la pelo sobrenome, que me soava estranho.— Sem problemas, senhor. Avise-me se precisar de algo mais.Apenas acenei, pressionando o botão que me levaria ao último andar, desejando, em silêncio, que ela não me seguisse.Quase sofri um ataque cardíaco ao adentrar o escritório dela. Rosa encontrava-se agachada, proporcionando-me a vista perfeita de seu traseiro. A
Rosa…Que diabos há de errado com essa máquina? Apertei o botão novamente, mas nada acontecia. Em um acesso de irritação, dei um chute na copiadora e gemi:— Porra, você pode funcionar logo?— Acho que precisamos trocar a tinta. — Disse Ashton, por trás de mim, fazendo-me girar.— O quê? Mas a Brigitta trocou o cartucho na sexta-feira de manhã. Como é possível que ele já esteja acabado?Ashton deu uma risadinha e balançou a cabeça. Antes que eu pudesse reagir, ele pegou meu rosto com as mãos; mordi discretamente o lábio inferior enquanto fitava seus belos olhos azuis. Seu polegar deslizou suavemente, afastando meu lábio dos dentes, e, num sussurro carregado de insinuação, jurou:— Se você fizer isso de novo, eu vou te beijar até você ficar sem sentidos.Fiquei sem saber como responder ao que acabara de ouvir. Queria que ele me beijasse novamente, mas o receio – sobretudo por estarmos no escritório – me impediu de falar. Em vez disso, desviei o olhar, consciente de que, se continuasse
Rosa…Enquanto eu revisava os documentos, Brigitta se aproximou, interrompendo minha concentração.— Você está pronta para o almoço? — Perguntou ela.— Não posso. Tenho que ir a uma reunião com o Senhor Black. Que tal amanhã? — Respondi, enquanto ela sorria, acenava com a cabeça e retornava à sua mesa.Mal havia terminado os documentos quando Ashton se colocou à minha frente.— Pronta? — Indagou ele.— Tão pronta quanto jamais estarei. — Respondi, pegando os papéis com uma ponta de ironia. Caminhamos em direção ao elevador, mas algo me inquietava. Percebi que alguém nos encarava e, ao levantar o olhar, identifiquei Stacey, que rapidamente desviou o olhar. Será que havia algo errado? Teria eu feito algo de errado?Balancei a cabeça, entrei no elevador e, num estado de distração, concentrei-me apenas no inebriante aroma que ele exalava. Permanecemos em silêncio, e, ao abrirem as portas, ele estendeu os braços, bloqueando minha saída. Conduziu-me até seu carro e partimos rumo ao local da
Rosa…Ashton me mandara tirar a manhã de folga para que eu pudesse me preparar para o voo, e eu estava extasiada com a ideia de partir para Paris, pois seria minha primeira vez na cidade do amor. Mal podia esperar para zarpar; ao consultar o relógio, constatei que já passava das três da tarde, embora ainda faltasse um bom tempo para nossa partida.Na noite anterior, Brigitta veio me auxiliar na arrumação da mala, logo depois de eu revelar a elas os detalhes da viagem. Durante todo o processo, Brigitta me lançou olhares marotos, mas preferi não dar muita importância; ela disse ter trazido algumas peças de roupa que não usava mais e, apesar de eu não confiar plenamente em seu senso de moda para me vestir, tive que admitir que ela possuía um gosto apurado.Naquela manhã, despertei um pouco mais tarde e procedi à limpeza do meu apartamento com rapidez quase frenética. Inclusive, fiz uma anotação para procurar um gato assim que retornássemos – sentia falta de ter um bichinho por perto, e, a
Rosa…Ashton me acordara assim que pousamos, e fiquei maravilhada ao ver as luzes cintilantes da cidade, que se descortinavam como um cenário de sonho. Fomos para o hotel, e algo me dizia que ou ele era dono do lugar ou, ao menos, vinha aqui com frequência, já que as pessoas o cumprimentavam com sorrisos largos e descontraídos.Segui-o até o elevador logo após ele efetuar o check-in, e perguntei:— Você também é o dono deste lugar?— Sim, é o hotel da nossa família. — Afirmou ele com orgulho.Nossa, como eles eram ricos!Chegamos a um quarto, e não pude deixar de me perguntar, em meio a um turbilhão de pensamentos, por que ele insistia em abrir a porta. Então, inquiri:— Onde é o meu quarto?Fiquei confusa até perceber que ele já havia recebido as chaves, e, com uma voz calma, disse:— Você ficará na minha suíte.Olhei para ele com os olhos arregalados, balançando a cabeça em negação.— Eu, hum, não, obrigada. Eu quero o meu próprio quarto. — Declarei, dando um passo para trás, convenc
Ashton…Eu observei enquanto Rosa pegava sua bolsa e se dirigia ao banheiro, ciente de que ela se encontrava desolada com o fato de termos que compartilhar um quarto e uma cama. Naquele exato momento do check-in, optei por não mencionar meus receios, pois sabia que a responsabilidade recaía sobre Brigitta – eu havia solicitado a reserva de dois quartos, mas ela acabou marcando apenas um. Mal sabia eu como seria árduo manter o autocontrole sabendo que ela dormiria ao meu lado.Sem demora, peguei o telefone e liguei para Brigitta, pois ela precisava me oferecer explicações. Saí para a varanda e fechei a porta.— Ashton, como está Paris? — Respondeu Brigitta.— Quero saber por que você reservou apenas um quarto — respondi, ignorando sua tentativa de desviar a conversa.— Ah, foi um pequeno mal-entendido do hotel.Eu já discernia a mentira em suas palavras.— Não fale besteira. Sei muito bem o que você está aprontando. Rosa não parece nem um pouco satisfeita com isso.— Não se preocupe com
Rosa…Senti alguém me sacudir levemente e, ao abrir os olhos, deparei-me com um par de olhos azuis que me fitavam intensamente. Sentei-me e olhei ao redor do quarto, recordando que, de fato, eu estava em Paris com Ashton.— Já pedi o café da manhã; você pode vir comer. Temos um dia cheio hoje. — Disse ele, mas seus olhos não se fixavam em meu rosto. Estavam concentrados em meu corpo, e ao desviar o olhar para baixo, percebi o motivo: eu devia ter retirado meu robe durante a noite.Envergonhada, agarrei o cobertor e o puxei para o peito.— Aqui, use este robe. — Ouvi ele dizer, e aceitei o robe que me entregara. Esperei que ele se virasse e, rapidamente, levantei-me da cama, envolvendo-me no novo robe com certa hesitação.— Agora você pode olhar de novo. — Eu disse.Ele se virou e esboçou um pequeno sorriso.— Bom, agora vamos tomar o café da manhã.— Qual é a nossa agenda para hoje? — Perguntei, enquanto pegava um pouco de bacon e uma fatia de torrada.— Temos nossa reunião com o Sr. B