Ashton…Eu mal podia esperar para vê-la novamente. Cheguei ao escritório mais cedo, nutrindo a esperança de encontrá-la já presente, pois, desde sábado, meus pensamentos não cessavam de vagar por ela. Eu ansiava por sua proximidade. Dirigi-me pelo prédio onde ela morava diversas vezes, ciente de que aquilo já perturbava o equilíbrio de minha mente.Ao adentrar o prédio, Stacey apressou-se até mim e entregou-me alguns documentos.— Senhor Black, aqui estão os documentos que o senhor precisará para a reunião desta tarde.— Obrigado, Stacey. — Respondi, acenando enquanto recolhia os papéis, mesmo sentindo certo desconforto em chamá-la pelo sobrenome, que me soava estranho.— Sem problemas, senhor. Avise-me se precisar de algo mais.Apenas acenei, pressionando o botão que me levaria ao último andar, desejando, em silêncio, que ela não me seguisse.Quase sofri um ataque cardíaco ao adentrar o escritório dela. Rosa encontrava-se agachada, proporcionando-me a vista perfeita de seu traseiro. A
Rosa…Que diabos há de errado com essa máquina? Apertei o botão novamente, mas nada acontecia. Em um acesso de irritação, dei um chute na copiadora e gemi:— Porra, você pode funcionar logo?— Acho que precisamos trocar a tinta. — Disse Ashton, por trás de mim, fazendo-me girar.— O quê? Mas a Brigitta trocou o cartucho na sexta-feira de manhã. Como é possível que ele já esteja acabado?Ashton deu uma risadinha e balançou a cabeça. Antes que eu pudesse reagir, ele pegou meu rosto com as mãos; mordi discretamente o lábio inferior enquanto fitava seus belos olhos azuis. Seu polegar deslizou suavemente, afastando meu lábio dos dentes, e, num sussurro carregado de insinuação, jurou:— Se você fizer isso de novo, eu vou te beijar até você ficar sem sentidos.Fiquei sem saber como responder ao que acabara de ouvir. Queria que ele me beijasse novamente, mas o receio – sobretudo por estarmos no escritório – me impediu de falar. Em vez disso, desviei o olhar, consciente de que, se continuasse
Rosa…Enquanto eu revisava os documentos, Brigitta se aproximou, interrompendo minha concentração.— Você está pronta para o almoço? — Perguntou ela.— Não posso. Tenho que ir a uma reunião com o Senhor Black. Que tal amanhã? — Respondi, enquanto ela sorria, acenava com a cabeça e retornava à sua mesa.Mal havia terminado os documentos quando Ashton se colocou à minha frente.— Pronta? — Indagou ele.— Tão pronta quanto jamais estarei. — Respondi, pegando os papéis com uma ponta de ironia. Caminhamos em direção ao elevador, mas algo me inquietava. Percebi que alguém nos encarava e, ao levantar o olhar, identifiquei Stacey, que rapidamente desviou o olhar. Será que havia algo errado? Teria eu feito algo de errado?Balancei a cabeça, entrei no elevador e, num estado de distração, concentrei-me apenas no inebriante aroma que ele exalava. Permanecemos em silêncio, e, ao abrirem as portas, ele estendeu os braços, bloqueando minha saída. Conduziu-me até seu carro e partimos rumo ao local da
Rosa…Ashton me mandara tirar a manhã de folga para que eu pudesse me preparar para o voo, e eu estava extasiada com a ideia de partir para Paris, pois seria minha primeira vez na cidade do amor. Mal podia esperar para zarpar; ao consultar o relógio, constatei que já passava das três da tarde, embora ainda faltasse um bom tempo para nossa partida.Na noite anterior, Brigitta veio me auxiliar na arrumação da mala, logo depois de eu revelar a elas os detalhes da viagem. Durante todo o processo, Brigitta me lançou olhares marotos, mas preferi não dar muita importância; ela disse ter trazido algumas peças de roupa que não usava mais e, apesar de eu não confiar plenamente em seu senso de moda para me vestir, tive que admitir que ela possuía um gosto apurado.Naquela manhã, despertei um pouco mais tarde e procedi à limpeza do meu apartamento com rapidez quase frenética. Inclusive, fiz uma anotação para procurar um gato assim que retornássemos – sentia falta de ter um bichinho por perto, e, a
Rosa…Ashton me acordara assim que pousamos, e fiquei maravilhada ao ver as luzes cintilantes da cidade, que se descortinavam como um cenário de sonho. Fomos para o hotel, e algo me dizia que ou ele era dono do lugar ou, ao menos, vinha aqui com frequência, já que as pessoas o cumprimentavam com sorrisos largos e descontraídos.Segui-o até o elevador logo após ele efetuar o check-in, e perguntei:— Você também é o dono deste lugar?— Sim, é o hotel da nossa família. — Afirmou ele com orgulho.Nossa, como eles eram ricos!Chegamos a um quarto, e não pude deixar de me perguntar, em meio a um turbilhão de pensamentos, por que ele insistia em abrir a porta. Então, inquiri:— Onde é o meu quarto?Fiquei confusa até perceber que ele já havia recebido as chaves, e, com uma voz calma, disse:— Você ficará na minha suíte.Olhei para ele com os olhos arregalados, balançando a cabeça em negação.— Eu, hum, não, obrigada. Eu quero o meu próprio quarto. — Declarei, dando um passo para trás, convenc
Ashton…Eu observei enquanto Rosa pegava sua bolsa e se dirigia ao banheiro, ciente de que ela se encontrava desolada com o fato de termos que compartilhar um quarto e uma cama. Naquele exato momento do check-in, optei por não mencionar meus receios, pois sabia que a responsabilidade recaía sobre Brigitta – eu havia solicitado a reserva de dois quartos, mas ela acabou marcando apenas um. Mal sabia eu como seria árduo manter o autocontrole sabendo que ela dormiria ao meu lado.Sem demora, peguei o telefone e liguei para Brigitta, pois ela precisava me oferecer explicações. Saí para a varanda e fechei a porta.— Ashton, como está Paris? — Respondeu Brigitta.— Quero saber por que você reservou apenas um quarto — respondi, ignorando sua tentativa de desviar a conversa.— Ah, foi um pequeno mal-entendido do hotel.Eu já discernia a mentira em suas palavras.— Não fale besteira. Sei muito bem o que você está aprontando. Rosa não parece nem um pouco satisfeita com isso.— Não se preocupe com
Rosa…Senti alguém me sacudir levemente e, ao abrir os olhos, deparei-me com um par de olhos azuis que me fitavam intensamente. Sentei-me e olhei ao redor do quarto, recordando que, de fato, eu estava em Paris com Ashton.— Já pedi o café da manhã; você pode vir comer. Temos um dia cheio hoje. — Disse ele, mas seus olhos não se fixavam em meu rosto. Estavam concentrados em meu corpo, e ao desviar o olhar para baixo, percebi o motivo: eu devia ter retirado meu robe durante a noite.Envergonhada, agarrei o cobertor e o puxei para o peito.— Aqui, use este robe. — Ouvi ele dizer, e aceitei o robe que me entregara. Esperei que ele se virasse e, rapidamente, levantei-me da cama, envolvendo-me no novo robe com certa hesitação.— Agora você pode olhar de novo. — Eu disse.Ele se virou e esboçou um pequeno sorriso.— Bom, agora vamos tomar o café da manhã.— Qual é a nossa agenda para hoje? — Perguntei, enquanto pegava um pouco de bacon e uma fatia de torrada.— Temos nossa reunião com o Sr. B
Rosa…Depois do almoço, voltamos para o hotel, e Ashton me instruiu a descansar antes do evento daquela noite. — Você vai precisar de todo o descanso que puder. Eu lhe queria dizer que sabia como esses eventos funcionavam e o quão exaustivos eles podiam ser, mas optei por não comentar. Dirigi-me para o quarto e subi na cama, ponderando que talvez valesse a pena repousar um pouco, afinal, aquela manhã havia sido extenuante.Algumas horas depois, acordei e decidi me arrumar para o evento noturno. Esperava que o vestido que havia levado fosse apropriado para a ocasião; não queria envergonhar Ashton. Após o banho, Ashton também foi se duchar, e aproveitei o momento para arrumar meu cabelo e me maquiar enquanto ele estava no banheiro. Apliquei meus produtos, deixando meus cachos naturais caírem suavemente, e optei por uma maquiagem leve, pois não gostava de exageros. Quando terminei, Ashton saiu do banheiro.— Eu vou me vestir na sala de estar.Assenti e esperei que ele se retirasse antes