Amber
O silêncio dentro do carro era insuportável.
Leonardo estava ao meu lado, com os braços cruzados e o maxilar travado, enquanto eu permanecia o mais distante possível, com os olhos fixos na paisagem do lado de fora. Cada curva da estrada passava sem que trocássemos uma única palavra, mas o peso do que havia acontecido ainda pairava no ar como uma tempestade prestes a desabar.
Magnus, ao volante, parecia o único consciente do quão sufocante o clima estava. E pela primeira vez desde que o conheço, ele parecia incomodado. Seu olhar alternava entre mim e Leonardo pelo retrovisor, analisando cada expressão tensa, cada suspiro pesado, como se estivesse prestes a intervir.
Ele limpou a garganta, tentando quebrar o gelo.
"Bom, pelo menos a enfermeira disse que está tudo bem com o bebê, né?"
Nada. Nenhuma resposta.