Capítulo 17 — Gaiola de vidro
Narrador:
Renzo ficou na sala privada depois que a porta se fechou atrás dela. O silêncio era como uma faca. Ele ainda podia sentir o aroma dela no ar, aquele perfume que havia ficado impregnado em sua pele, misturado com o sabor ardente de sua boca. Ele passou a mão pelo queixo, lembrando-se do golpe que ela lhe dera antes, e uma risada baixa escapou entre seus dentes.
—Maledetta donna... —murmurou, com aquele sorriso torto que não conseguia apagar.
Ele caminhou até a poltrona e se deixou cair, com o corpo em chamas e a cabeça um desastre. Fechou os olhos, apoiou a nuca no encosto e cerrou os punhos. Nunca ninguém o tinha feito perder o controle assim, nunca.
A porta se entreabriu e Marco espetou a cabeça para dentro.
—Tudo bem, chefe?
Renzo abriu os olhos e olhou fixamente para ele.
—Não, Marco. Nada está bem.
—Vi que você deixou a garota ir. Quer que a sigamos?
Renzo ficou em silêncio por alguns segundos, com o pulso ainda acelerado, e balançou a cabeça