Camille
A cena diante dos meus olhos parecia saída de um pesadelo.
Corpos estirados no chão do pátio, o som ensurdecedor dos tiros ainda ressoando em meus ouvidos, e o cheiro de pólvora misturado à terra úmida me deixavam nauseada. Eu queria me mover, queria gritar, mas minhas pernas estavam trêmulas demais para me sustentar. Tentei me agarrar em algo, só encontrando o vazio, ao sentir o chão começar a girar sob meus pés.
— Senhora Herrera! — A voz de Carmen cortou a névoa em minha mente enquanto ela tentava chamar a minha atenção. Até que me segurou pelos ombros, os olhos cheios de preocupação. — Você está muito pálida. Vamos sair daqui agora.
Deixei que ela me guiasse, incapaz de oferecer qualquer resistência. O mundo ao meu redor parecia borrado, cada passo um esforço monumental. Subimos as escadas, e eu mal percebi quando entramos no quarto.
Carmen me ajudou a sentar na cama, sua voz firme tentando me tranquilizar.
— Respire fundo, senhora. Pode ser sua pressão, às vezes acontece