Javier
Já fazia algum tempo desde a última vez que eu acompanhara pessoalmente os carregamentos. Sentia que, de certa forma, havia perdido o ritmo, mesmo que continuasse lidando com isso diariamente.
A estrada parecia infinita sob o céu azul e o silêncio dentro do carro só era quebrado pelo ruído constante dos pneus no asfalto. Estávamos próximos do destino. Em menos de uma hora, venderíamos uma carga milionária que garantiria mais um ciclo de operações bem-sucedidas.
— Como estão as coisas em casa? — perguntei a Marco, que estava sentado ao meu lado, revisando um relatório no tablet.
Ele levantou os olhos rapidamente, sem parecer surpreso com a pergunta.
— Fui informado de que Camille foi se encontrar com a mãe mais cedo em um daqueles cafés caros demais para o que oferecem.
— E os seguranças? — Minha voz saiu firme, mas o leve franzir das sobrancelhas denunciava minha preocupação.
Marco suspirou, fechando o tablet e apoiando os braços no joelho.
— Todos em seus postos. Não há com o