Javier
A porta da biblioteca estava aberta, mas o ambiente ainda era envolto em uma calma que parecia artificial.
Sentado atrás da imensa mesa de madeira escura, girava o anel no dedo enquanto olhava para o copo de uísque à minha frente. As horas anteriores tinham sido um turbilhão de emoções, mas agora havia algo mais intenso me consumindo: uma necessidade de respostas.
Quando soube que Camille tentara sair da cidade, uma mistura de descrença e raiva tomou conta de mim. Não apenas por ela ter tentado fugir, mas pelo fato de ela não ter me contado nada e por ter descoberto da pior maneira o que deveria estar acontecendo há meses bem de baixo do meu nariz, permitindo isso por estar cego de amor por ela..
— Ela chegou — a voz de Carmen anunciou da porta.
Eu ergui o olhar, assentindo brevemente.
— Traga-a aqui.
Carmen hesitou por um momento, como se quisesse dizer algo, mas pensou melhor e saiu sem uma palavra. Poucos minutos depois, ouvi os passos de Camille ecoando no corredor. Quando